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10.7.09

Carta à minha menina.

Vejo uma menina, num avião saindo. Menina que olha tímida, cheia de saudades. Menina que provavelmente vai se lembrar de um 'leitê quentê' de uma noite atrás e rir um pouco, sozinha, sem deixar nem espaço pra pessoa senta ali do seu lado entender do que se trata. Menina que hoje, dia dez de julho de dois mil e oito, deixa pra trás aquilo que um dia já foi seu maior sonho. Já foi, porque hoje não é mais. Hoje essa menina espera por coisas maiores. Seu coração suburbano sempre esperou riquezas maiores, e ela sempre soube. E logo logo vai descer do avião pra pisar concreta no que é só o começo da sua nova vida. Dessa nova vida sonhada e (quase) concreta que a menina de cabelos loiros e olhos verdes começa(rá) a viver. Sempre torci por essa menina, minha menina. Menina que conhci aos dezessete anos, vinda de cidade de interior, cheia cheia de sonhos, tão parecida comigo que chegava a doer. Conheci e tivemos identificação imediata, não tinha como ser de outro modo. Torci por todos os sonhos da menina. Os dela, os nossos. Os grandes, os pequenos. Torcíamos juntas, porque ela também sempre torceu por mim. Vi minha menina crescer e criar asas. Vi projeções de filhos, família, que não foram, porque não eram pra ser. Vi-a saltando vôo, chegando em Curitiba estranha, se acostumando. Vi a menina que passa no vestibular e fica feliz. Depois participei das frustrações da menina, porque tinha sonhado errado, todo mundo sonha errado algum dia. Minha menina precisava se encontrar com aquela partinha dela que sempre existiu. Partezinha que faz a gente ser feliz. E então ela descobriu que o que a fazia feliz era outro sonho. Então se permitiu sonhar de novo, porque todo mundo tem uma segunda chance. Agora vejo minha menina crescida, correndo atrás daquilo que quer, sem medo nenhum de ser feliz. Ela já está sendo feliz. Eu torço pela minha menina, assim como torço por mim mesma. Quero vê-la brilhante, toda cheia de si com seu sonho realizado. Crianças, Aprendizado, Família. Marido, Filhos, uma casa feliz. Uma vida simples, mas completa, do jeito que ela sempre quis. Minha menina Manuelli foi voar pra (mais) longe. Mas foi porque ela quer ser feliz, e ela sendo feliz, eu vou estar feliz também. Então a deixo ir, livre e contente, porque estarei com ela, sonhando junto o sonho ela, e realizada quando ela realizar cada partezinha dele. Estaremos longe, mas não existe longe pra quem já vive aqui dentro. E minha menina Manuelli vai sempre viver aqui dentro, bom humor e sorrisos de quando a gente tinha dezessete anos e só sabia sonhar. Vai viver aqui dentro porque é uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo. E as pessoas que a gente ama, vivem para sempre.

Toda a sorte do mundo pra você, amiga, cumadi, parceira. Eu vou torcer por você sempre.
Te amo ;*





. Manuelli Kölln é minha amiga e comparsa há quase três anos completos e está se mudando para o mato grosso, para goiânia, coisa bem longe daqui para tentar a felicidade perto da família, da pedagogia, das crianças um tico mais perto do namorado. Deixa Curitiba cheia de saudades, e fica mais longe ainda da amiga que vos fala, mas estará feliz e em boas mãos. Assim espero. Se ela estiver feliz, assim estarei também por ela. Obrigada por tudo, toda a sorte do mundo. Porque amiga assim é pra poucas, e eu ganhei. (:

2 comentários:

Unknown disse...

Tô com tanta saudade de você....

Tentei te mandar e-mail mas voltou.
Me manda?
manuellikolln@gmail.com

Larissa. disse...

Mandei e-mail! Espero que não tenha entrado na caixa de spam ou coisa assim. Muitas saudades!