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30.1.09

Só vim aqui pra dizer que eu cansei.
CANSEI.
estou esgotada, chateada, amargurada e acima de tudo triste.
Não sei o que escrever, e depois de quatro tentativas malfadadas acho que prefiro o silêncio.
Não consegueria dizer a bagunça que tudo aqui dentro está nem que eu tentasse bastante e com vontade.
Eu venho estado cansada mas hoje cansei, hoje não quero, hoje me reservo ao direito de chorar copiosamente no travesseiro e ouvir legião urbana.
Me reservo ao direito de chorar pela minha vida, pelas minhas decepções diárias, pelas minhas frustrações grandes, por tudo. Me reservo ao direito de estar mal por nao saber o que quero da vida e principalmente por isso quase não me afetar.

Me reservo ao direito de me ver com quase 20 anos e com olheiras profundas, milhares de sonhos desfeitos, uma total falta de saco e talento pra escrever, e um saquinho de pancadas que a cada dia leva um soquinho a mais, e chorar por isso.

Me reservo ao direito de ver os sonhos todos caindo da minha mão. De não ter viajado, de não ter aprendido frances ou espanhol, de não ter feito curso de merda nenhuma e me sentir mal por isso.

Me reservo ao direito de dizer que eu não sou forte e que eu não aguento mais essas pequenas coisas. Não posso mais ser compreensiva e não posso mais guardar tudo isso dentro de mim. Estou ficando com medo do que possa acontecer, estou ficando commedo do que possa acontecer e repito.

Minhas perspectivas de futuro não me animam, mas eu não quero falar sobre isso hoje.

Hoje sou frustração e cansaço entre todas as coisas que pensei e não consigo externalizar. Sou frustração, cansaço e decepção. Sou frustração, cansaço, decepção e um pouco de tristeza.

Quando vocês vão finalmente entender que eu também preciso ser olhada?
Quando alguém vai realmente prestar atenção no que eu sinto também?

Estou aqui pra dizer que eu CANSEI.
só pra isso.
E me reservo ao direito de não dizer mais nada porque eu
NÃO AGUENTO MAIS.

e só.

18.1.09

And so it is.

(no love, no glory)

e foi como se toda noite em que eu te preparasse um jantar com a sua comida predileta você não aparecesse pra jantar. e ficaram ali, os pratos esfriando na mesa com aquela comida que eu não gosto muito, mas que acabei de fazer só por saber que você adora. como então sozinha, na minha mesa montada pra dois com milhares de coisas para te dizer, milhares de verdades pra te revelar, as declarações de amor que eu nunca tive coragem de dizer tilintando na minha cabeça. mas você saiu pra tomar seu drink com os amigos e me disse que ia ser bom, que seria bom eu passar um tempo sozinha. porque era só uma noite e eu nem ia perceber quando você voltasse de vez. ia até ser bonito, sabe? dizem que essas ausências eventuais fazem bem. que fazem (re)nascer alguma coisa que se perdeu por aí, porque cada um entre em contato com coisas diferentes das que estão acostumados e quase tem novidades para contar.

eu sei, acontece. até gosto de ficar sozinha, muitas vezes, repetidas vezes, e tinha planejado isso para qualquer dia ocasional. mas eu estava me gritando hoje e tantos outros dias. precisando tanto de atenção que eu faria o seu jantar todos os dias só pra que conversássemos e conversássemos até que não houvesse mais assunto e cansados só estivéssemos ali, sem nada mais a dizer.

mas fiz a mesa, os pratos estavam ali. estava tudo arrumado de um jeito que as coisas eram muito mais pra você do que pra mim, o que seria quase impossível, porque sabe, todo mundo sabe o quanto eu sou egoísta. estavam assim, desse jeito porque estava disposta a te dizer qualquer verdade. inclusive as verdades que podiam machucar. eu me contaria de qualquer jeito, sem ensaiar as palavras que tenho que dizer. diria e estava disposta a. estava disposta as declarações mais bonitas, a pela primeira vez dizer tudo aquilo que nunca disse por medo de sei lá o que. estava ali de mesa posta e coração aberto, pra te dizer tudo. pra te dizer e me jogar em cima de você, e te dedicar mil coisas e me desculpar mais uma vez pelas coisas que eu vivo fazendo. e te dizer que você é uma porção de coisas e que eu sou, ocasionalmente, uma idiota. que eu sou fria, que eu sou distante. eu te diria essa e mais um milhão de coisas. te diria, estava disposta enquanto te esperava, a dizer que eu acredito no que me disseram hoje, que o amor é uma coisa tão bonita que dá medo. eu quase chorava, e não sentia mais medo. eu estava prestes a te abraçar dizendo que eu não sentia mais medo e que eu ia ficar com você pra sempre. relembrando. relembrando a cor da sua blusa no nosso primeiro encontro, as coisas que eu te disse. as coisas que você me disse. as promessas que a gente fez. eu estava prestes a te dizer que eu nunca mais amaria alguém da forma ou da intensidade que eu te amava naquele momento. e ia te dizer também que você era simplesmente perfeito. ia elencar razões pelas quais eu te amava e te queria pra sempre sempre sempre.

mas você não apareceu pra jantar, a comida predileta que era só sua comida predileta esfriou na mesa, meu penteado se desfez e a vontade de te dizer coisas se foi no momento que eu percebi que eu deixei de te amar. quando, você me perguntaria. agora, eu te diria. e saio andando em busca de alguém que apareça pra jantar e eu possa dizer tudo que hoje eu tinha sonhado em dizer pra você, porque eu não quero mais estar aqui quando você voltar. and so it is, until I find somebody new.

(closer)

sobre todas as coisas.

e ela só responde com um certo pesar que certas coisas só são ditas porque num dado momento elas precisam ser ditas. porque aquela era a hora em que você desperta e quer soltar tudo o que esteve preso, porque você percebe que errou tantas vezes e que precisava dizer. agora? agora não importa, o momento passou, ela já não tem nada a dizer a ele. nada. porque ela tinha deixado umas cinco ou seis pistas de que estava precisando dele e ao pedir pra ele ficar ele disse que ela podia esperar por ele no outro dia. e ela esperou, e veio o momento, o inesperado momento que acontece depois de uma coisa qualquer de lhe dizer todas as coisas. mas ele não estava lá para que ela lhe dissesse todas as coisas, então ela não disse nada e foi embora mais sozinha do que nunca, sabendo e guardando as coisas importantíssimas que deveriam, mas nunca mais serão ditas.

17.1.09

de quartos e ser.

olho pro meu quarto e tudo que vejo é tudo que sou, ou estou sendo, de um jeito que não deveria ser. não há nada no lugar. nada. absolutamente. todas as coisas que eu deixo pra depois estão se amontoando junto com os livros que eu não li e as coisas que eu não sou. as músicas que eu já gostei, os amigos que eu já tive. tudo na parede, pra me lembrar. um bloco, uma caneta. uma visão que entretelas me dápra uma cidade morta e vazia. e música. tanta música naquele quarto escuro. tantas crises que eu não posso nem numerar. fui feliz. há sorrisos largos na parede de fundo preto que me dizem que eu fui feliz. sou feliz? não sei responder. mas numéricamente as vezes que me deito quebrada são muito maiores que as vezes que me deito realizada e só. deixei pra trás tantas coisas. deixo pra depois tudo, todos. e se me olho no espelho prefiro não olhar uma segunda vez. olheiras fundas, um cabelo que não se importa mais em estar bem e uma bagunça que só dá tristeza. pior ainda é saber que aqui dentro tudo está mais bagunçado e sujo ainda. esperança é uma palavra bonita que eu ouço às vezes, mas te digo, não sei. não sei é uma expressão que uso com tanta frequência que chega a ser triste. mas é. simplesmente não sei. e é um vazio que se abre enorme isso de não saber. dói, de algum jeito. porque há de se arrumar tudo pela simples vontade de ver as coisas voltando pro lugar. mas protelo em me arrumar. protelo em me deixar nos eixos, estou atada, de novo, atada. até quando, eu me pergunto? não sei, respondo de novo que simplesmente não sei. e é dolorido isso de não saber.

me vejo em mil esforços, em mil tentativas frustradas de ser melhor. me vejo em mil tentativas frustradas de me fazer melhor, de um dia só dormir, sorriso, dormir. só me vejo deixando coisas atrás de coisas. relações, felicidades, aparências. me vejo deixando tudo, o tempo todo, tudo. e me jogo completa na frente de qualquer um que eu pensar dizer que tudo um dia vai ficar bem. se soubesses que não é implicância, não é o meu jeito, não, eu nunca fui assim. só estou pedindo desajeitada que sentes do meu lado e fique, ali e só. pra dizer timidamente que tudo isso vai se acertar e eu vou conseguir colocar tudo nas gavetas certas e que eu não vou mais precisar viver nessa bagunça de ser eu mesma, sabe, entende? não. falo de minha confusão abissal, de minha quase doença e tudo que vêem sempre são as coisas que não faço, não fiz, não demonstro. eu digo, secreta, preciso de ajuda. não sou eu, essa daqui não sou eu. não triste, não trocando horários, não sonolenta, não cheia de olheiras, não mendigando por atenção, nada disso. eu estou te gritando, essa não sou eu. não é. não pode ser. não vou deixar que seja. quero bucólica a vida normal de olhar no espelho e ver bonita. só de transparecer por fora o que está por dentro. e é isso que acontece, mas transparece o feio e o acabado de mim que não quero mais.
e cansei, mais uma vez, cansei de me gritar, de me jogar, de fazer escândalos silenciosos para que entendam que o que eu quero não é muito. é só pouco. uma pequena atenção redobrada nesses dias que eu preciso de cuidado, só e até eu me curar.

eu olho pro meu quarto e vejo tudo que eu odeio. vejo alguém vivendo uma vida que não quer que lhe pertença. esse alguém sou eu, essa vida é minha. e antes que eu queira desaparecer eu peço tímida para que de algum jeito eu volte a ser. porque de existir estou farta. e de todo o resto todo todo todo ( e continua) todo.

( e sumiu. e mudou. e viveu.
não.
só permaneceu inerte e sem expressão porque reluta em dar o primeiro passo.
fraca. ridícula. desforme. feia. cansada.
nada.
e do grito fez o silêncio.
porque ninguém (você) respondeu.
nada )

das velhas madrugadas.

Eu não sinto saudades, só preciso de alguém pra conversar. podia te dizer que achei faust foda, mas assim que sobrar coragem e faltar preguiça vou dizer pra todo mundo. espaços vazios preenchidos com música e escrita, tenho que admitir, vou gostar de ser sozinha.

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Eu só queria que um dia, um dia desses quando marte não encontra saturno e que não se chamam datas importantes, um dia desses, aleatório, dezessete de janeiro, sexta feira quente e feliz de noite estrelada você resolvesse ficar ao invés de ir. você escolhesse estar. olhos e ouvidos atentos ao que eu preciso, só porque uma madrugada que se estende por nove horas se abre, interessante, frente a ti. estou dizendo escolha. decidir entre os. hoje eu escolho ficar apesar de. apesar de tudo, de vocês todos, da noite estrelada e de hoje só ser sexta feira e nada mais. escolher. porque só ficar quando só o ficar existe frente e rente aos olhos é comum, frustrante e imensamente ( e você nem sabe o quão imensamente isso quer dizer) vazio e decepcionante.

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"E quando eu fico triste eu gostaria de dar um abraço e fazer café pra alguém. sabe, eu não gosto de café e nem mesmo de fazê-lo. mas gosto da sensação de estar mimando alguém. você vai, faz o café e entrega pra ela. a pessoa olha pra você e diz: ' ah, sério? vem aqui me dar um abraço' e só ficam ali entocados um no outro. juntos, felizes, amontoados."
resmumindo em uma palavra, o bom e velho amor. A ridícula e estranha vontade de fazer não por seu gosto pessoal, mas por gosto único do outro. por necessidade e finalidade útil de parecer (e ser) presente na vida desse outro ser que de repente se torna tudo. E quase te soltei um " então me abraça e me faz um café" porque a foi a definição mais simples e perfeita do que eu (acho que) deve ( e tem que) ser o amor. a total doação por simples vontade de ficar amotoado e só.
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porque nas madrugadas se fica de uma tristeza clichê que dá vontade de vomitar, mas é só sincero.

14.1.09

While my eyes go looking for flying saucers in the sky.

( I'm lonely in london, london is lovely so.)

Não ter acordado seria a melhor das alternativas na quarta feira que eu nem sei te afirmar com certeza se fez sol ou não, calor ou não e nem sei mesmo te dizer se alguma hora parecia que ia chover. sei que acordei, por mania suicida de ter que levantar da cama para, sem voltade alguma e dei alguns telefonemas porque tem que se ligar pra alguém, às vezes, por mais decepcionante que seja. decepção, palavra estranha, ali do dicionário, vazia, e que faz mais vazio que qualquer outra coisa. tanto faz, com as pequenas decepções vai se acostumando, pouco a pouco até que um dia elas já não fazem mais diferença, assim como não faz diferença se fez calor ou frio nessa quarta feira vazia de janeiro.

se for pra escolher, fez frio. pelo menos aqui dentro fez tanto frio que eu nem poderia te explicar com as milhares de palavras que vêm me faltando, se pudesse. estou te dizendo que hoje senti vontade de ver aquele telefone tocar e ter alguém com quem eu quisesse falar por horas e horas e horas. eu desejei tanto que você estivesse aqui enquanto dava passos vazios já sem meu ovomaltine na mão. desejei com força porque eu sei que você me entenderia tão bem. Quantas vezes já não me prometeste o mesmo ovomaltine que tinha acabado de jogar no lixo, com canudos menores e conversas que durariam até quando eu quisesse. eu choraria na sua frente, você sabe que sim, eu sei, eu confio tanto em você mas você está longe longe e eu estou sozinha.

pela primeira vez, não pela primeira vez, mas tenho que admitir que já fazia muito tempo desde a última vez que tinha sentido isso, me senti tão completamente sozinha. completamente. sozinha. eu, meu vestido verde, meus passos que nunca demoraram tanto pra chegar até o fim daquela nem tão grande avenida. carros, barulho, e pessoas por alguns lados e ali e aqui e eu fiquei pensando que podia, quem sabe, parar algum daqueles carros e talvez então não fosse mais tão sozinha, mas é claro, mentira boba, fantasia lúdica. e sentir o peso todo da solidão nos ombros doía de algum jeito que eu nem saberia explicar mas que dava uma certa vontade de chorar bastante e grande, como se o choro fosse de algum jeito engolir a dor enquanto eles brincavam de invadir meu corpo e me fazer sentir pequenina e frágil daquele jeito que eu já não aguentava mais.

pois eis que então telefonei e me contei de um jeito que não deveria, porque não contei tudo. não havia como contar tudo. sei que falava alto, sei que a dor me invadia, sei que pensei em umas cinco pessoas que teriam feito parte do meu dia e só consegui me sentir ainda mais completamente sozinha. abandonada, você me perguntou. é, abandonada. essa seria a palavra certa pra definir esse dia estranho em que essas coisas ruins todas me invadiram e quando achei que talvez quem sabe melhorasse, abandonada, mais uma vez de um jeito que não poderia ser, pelo menos não hoje, não na pior quarta feira das quartas feiras em que eu queria pelo menos um pouco de paz, um colo, algum tipo de conforto, um falar sobre outra coisa, um " nao fique assim."

mas disse a alguém que se acostumam às pequenas decepções. disse a mim mesma enquanto caminhava sozinha, você quis dizer abandonada, é, abandonada, por pequena e sinuosa londres, entre pessoas que não conheço, entre olhares que sentiam pena do corpo vestido de verde que se mostrava triste. dessa casca em que habito com cabelos mal cortados e vontade de chocolate e coisas doces. eu fico aqui, sentada, esperando por qualquer coisa que me faça feliz. celular vibrando alto, chocolate, livro de auto ajuda, programa bobo, drogas, bebida, paulo coelho, meio fio com alcóol até eu ficar naquele dia em que não sabia mais quem eu era mas te vomitei tantas palavras que me faziam tanto sentido que eu não saberia explicar agora, assim, sóbria e triste como me encontro. e nem quero tentar, você entende e também me disse como me dizem eventualmente as pessoas que se preocupam um sincero " eu não sei o que te dizer nessa hora" mas já queria dizer que você estava ali e se preocupava de algum jeito, modo ou maneira e eu sei que sim.

eu só estou aqui, desabafando que hoje dencei com a solidão e com as pequenas grandes decepções, elas vieram me visitar e eu me senti abandonada, tão abandonada. era essa a palavra que eu procurava, abandonada. abandonada: que se abandonou; deixado ao abandono; desamparado; que não recebe trato algum; negligenciado; que se encontra desocupado, vazio. Pois eu me encontro assim, descocupada e vazia depois de tantas e tantas decepções. dessas conversas que não nos levam a parte alguma, desse esforço todo que eu faço sangrando pra não receber nada em troca e eu nem posso chorar e dizer que eu estou cansada porque eu estou só e absolutamente desocupada e vazia nessa pequena londres, grande demais pra mim, mas que me sufoca, procurando por quem sabe discos voadores no céu, pra depois chorar e dormir quieta até que a quinta feira se desenrole pra ser, quem sabe, algo mais mesmo sabendo que não será, mas só porque alguém me ensinou esperança e porque essa dor que eu sinto já não cabe mais dentro de mim, nem que eu grite e por mais que eu queira eu não consigo abandoná-la.

mas não é nada, é só porque eu fui abandonada numa quarta feira fria dentro de mim e me sinto mal, completamente descocupada e imensuravelmente vazia.

às minhas metades.

à vocês dois.
( pequena sonata para quem tentou salvar meu dia.)

ao meu casal importante, dedico versos bobos e vãos. sei que não são um casal, não existem juntos, nem se conhecem para que eu possa dizer a grande verdade, mas existem dentro de mim e em minha vida totalmente completos.

à você, amiga, teria que escrever parágrafos e parágrafos sem fim para tentar sem sucesso dizer o tanto que és dentro de mim e fora e em todos os lados em que habita porque você é uma coisa que eu não sei explicar. já te disse tantas vezes, a gente já disse uma a outra tantas vezes que só pode agradecer muito a essa força maior estranha que nos uniu em uma tarde de domingo em que não deveríamos nem estar ali. pois agradeço todos os dias por ter um dia sido presente na sua vida desse jeito que assim somos, porque mesmo que não estejas perto de mim eu sei que estará pronta pra me ouvir tão logo eu te mande uma mensagem, ou um recado, ou te ligue desesperada dizendo que alguma coisa em mim quebrou. não sei disfarçar nada de ti, não sei te mentir, vivo te dizendo quando não estou bem e tenho o maior prazer em me abrir completa pra você que é a irmã que eu não tive, a amiga presente sempre sempre que eu precisar. confio tanto em você, daquele jeito que nunca confiei em ninguém eu acho. e no meu dia péssimo estavas ali de janela verde pronta pra me escutar e pra me ouvir dizer e pra dizermos juntas o quanto temos sorte de um dia termos nos encontrado por aí, nas esquinas sinuosas da vida e o quanto esperamos pelo encontro nosso e temos tanta tanta coisa pra fazer juntas ainda. tanta tanta coisa pra passar juntas. tantas cocas cola com conversas sem fim e brócolis e a coisa toda. você não está aqui, eu desejei que estivesse, desejei forte mesmo que estivesse aqui comigo enquanto me sentia abandonada, mas de algum jeito sei que estaria. nem que fosse só pra te mandar que eu estou me sentindo uma merda e saber que mesmo que não respondesse de pronto se preocuparia comigo e viria com o doce " nós temos muito o que conversar". você também coloca muitos sorrisos em finais de tarde, de noite em mim, tenho que te dizer. e o maior deles, manuelli, é por ser essa amiga foda e presente sempre sempre. e mesmo que não tão presente quando as circustâncias se mostram maiores tenho o sorriso grande e bonito só de saber que alguém longe sim, mas existente é a minha amiga-espelho, a minha amiga que não me olha com cara de reprovação, a minha amiga que é amiga em todo o sentido da palavra e que vive provando cada dia mais o quanto eu quero que seja pra sempre, dia após dia. só um grande e ruidoso OBRIGADA POR TUDO. eu sinceramente não sei mais o que seria da minha vida sem você do outro lado da tela e dentro da minha vida.

à você, que porra, seu depressivo do caramba, vou dizer o quê? não sei ser sentimental contigo, apesar de saberes mais que ninguém o quanto eu posso ser absolutamente sensível a maior parte das vezes. tenho que agradecer, teria que o fazer diariamente, porque você me ajuda inclusive quando não sabe o que dizer. eu te entendo tanto, por mais que vivam dizendo que a gente é diferente, que eu te transformei em algo ou que a gente ficou essa coisa assim, estranha, reclusa, quieta. mas não teria, mesmo que eu tivesse inventado alguém capaz de completar as frases que eu penso e ninguém nunca completou. sempre te mando alguma coisa do tipo bem brother, como " te considero pra caramba", mas a verdade é que isso não mostra nem metade do que você realmente é pra mim. já tive com você conversas que valeram a minha vida toda, que me fizeram me entender por inteiro. já fiquei noites acordadas, já passei horas no telefone, já passei dias inteiros dividindo coca no império capitalista chamado shopping sem nem pensar em ir embora, discutindo tantas coisas quanto podia imaginar e sem filtro. porque pra você só digo as coisas que vêm a minha cabeça e transformo em palavras, linha após linha, sem medo do que pode acontecer depois. porque você, mesmo que não saiba o que me falar, mesmo que não tenha a solução pra metade dos meus problemas ( eu nunca esperei que tivesse, eu mesma não as tenho) está ali do meu lado, telefone ligado, ouvidos abertos, passos prontos pra me encontrar quando eu estou visivelmente desabando, ou não. pra tudo. pras coisas mais sérias, as minhas bobeiras, as suas bobeiras, e as nossas paranóias e tristezas tão grandes que não sabem em nós por isso dividimos. te gosto de um jeito que eu realmente não consigo explicar e te agradeço por estar comigo tanto tanto e sempre e por todas as coisas que jpa fez, faz e eu tenho certeza que ainda farás por mim e eu sei que também farei por você. mais que amizade, quase uma parceria, sou absurdamente feliz de ter com quem dividir e ainda bem que é com você, llamparino.


um sincero obrigada pra vocês que nem sabem, mas me fizeram sentir um pouco menos abandonada nesse dia que parecia não terminar nunca.