"podia falar de quando te vi pela primeira vez sem jeito de repente te vi assim como se não fosse ver nunca mais e seria bom que eu não tivesse visto nunca mais porque de repente vi outra vez e outra e outra e enquanto eu te via nascia um jardim nas minhas faces"
Caio fernando que eu não gosto, gostava, agora leio e acho bom tilinta na minha cabeça versos que eu grifo para um dia te dizer junto as cartas que eu não mando e um skank velho que pergunta quantos versos sobre nós eu já guardei e te juro, não sei responder e então grifo negrito atrás de negrito a frase certa para dizer isso que eu sinto que eu não sei o que é, e nunca acho nada de bom, ou acho todas as coisas boas porque eu não sei nem o que exatamente eu queria te falar, só sei que são muitas coisas e que elas nascem de dentro como um jardim todo de flores na primavera e olha, eu só sei falar de amor agora e isso eu não sei nem se eu chamo de amor, mas eu não estou falando de nomenclaturas, você está? sei que não está e eu sei que eu tento falar tão rápido quanto eu penso, me falaram isso uma vez e eu achei bonito, é verdade, me faltam vírgulas pontos respiro pausa alguma coisa que me faça eu entender, mas eu nem sei o que eu quero te dizer que quando eu te vejo nasce um jardim dentro de mim cheio das flores mais bonitas e ainda que eu não goste tanto de jardim de flores de coisas bregasclichês dizer que eu estou com saudade ligar pra isso ou até mesmo te encher de mensagens sobre as minhas banalidades cotidianas, eu queria te dizer que eu passaria o dia inteiro me contando pra ti e te ouvindo e eu quero saber de todas as linhas de detalhes que eu (ainda) não conheço e espera eu quero te dizer que quando eu te vi nasceu um jardim dentro de mim, um jardim bonito imenso enorme que se tomou como erva daninha no meu coração e agora eu posso colher flores pra vender e fazer uma feira duas tres cinquenta e sete feiras de tantas flores que você fez nascer aqui dentro e são todas flores bonitas e tão parecidas comigo que eu tenho medo, eu tenho medo de acabar o nosso jardim com ervas daninhas estranhas olha aqui eu não sabendo o que te falar de novo mas é alguma coisa mais ou menos assim alguma coisa meio eu te amo e você fez crescer em mim o mais bonito, então muda pra dentro de mim logo de uma vez, coloca a sua casa decora do seu jeito do jeito que quiser, pode fazer o que quiser que eu deixo só promete continuar fazendo nascer flores enormes que vão tomar conta do meu coração e fazer colorido todos os meus cinzas, eu sou cheia de cinzas sabia? embora voce diga que eu nasci cheia de música eu sou é meio totatalmente completamente estranha então eu estou te dizendo, muda pra dentro de mim e fica pra sempre cuidando do meu jardim que eu cuido do seu pra sempre porque eu te amo e é isso que eu queria te dizer.
24.9.09
23.9.09
apenas mais uma de amor.
(pequena ode da coisa de sempre que não é embalada por lulu santos).
Então sento no meu computador munida de um chá com canela. Chá de maçã com canela, mas maçãs não dão gosto em chá, exceto nos chás artificiais com aroma artificial de maçã, mas não sou adepta de coisas tão artificiais assim, você sabe. E aí na playlist do meu programa de músicas tocam músicas que me lembram você e o gilberto gil canta quem-poderá-fazer-aquele-amor-morrer-se-o-amor-é-como-um-grão. E eu nem sei se acredito em amores que morrem e nascem trigo e vivem e nascem pão, ou o contrário, alguma coisa assim, embora quem sempre troque as letras de música seja você, de um jeito sempre engraçado.
Mas então te digo que eu queria te falar vinte cinco mil coisas, mas na verdade sei que não vou dizer nada e por isso como chocolates atrás de chocolates, todos os dias. e a grande verdade é, que mesmo se eu comesse todos os chocolates do mundo pra sempre eu ainda não saberia o que te dizer exatamente, embora eu saiba bem o que eu queria te dizer se pudesse. E faz dois anos já. Que eu queria te dizer coisas. Desde que você começou a aparecer na minha casa, com suas roupas mal cortadas e que a gente conversava, ou não conversava, mas a grande verdade é que eu sempre gostei de você. desde a primeira vez. Eu não sei muito bem, e eu ouvi em alguma peça, algum dia, que isso é o que chamam de atração inevitável, mas eu nem sei se acredito nessas coisas.
A gente pode chamar de a grande afinidade, se você quiser. A gente pode chamar de qualquer coisa, na verdade. Porque na verdade isso que a gente é nunca teve nome, mas eu um dia disse pra um amigo meu que a gente só ama quem admira e eu te admiro pra cacete, é verdade, embora nunca tenha te dito isso e nem saiba se um dia vou dizer.
Então um dia te sento na cadeira na frente da minha e tento vestir minha melhor roupa, mas meu cabelo estraga toda a conjunção de pessoa bem ajeitada que eu queria ser, e na verdade eu nem sei se você repara nessas coisas. repara? sempre te achei tão visual que eu acho que repara, então eu me policio bastante pra não sumir no meio dos meninos e ser mais uma pessoa que você chama de cara, embora eu também goste quando você me trata assim, e a gente age como crianças de colegial se dando soquinhos, porque eu pareço muito com a garota de treze anos que gostava de um menino que não gostava dela, mas os astros conspiraram para que fizessem aniversário no mesmo dia e isso criasse algum tipo de proximidade louca. Isso e o fato dela ter decorado os cento e cinquenta pokemons e lhe presentear com um pikachu, certo dia. E então lembra também que ela poderia ser a garota mais compreensiva de todo o universo quando gosta de alguém, e então se doou por inteiro um dia e todos os outros dias, até que um dia voltou pra casa feliz porque passaram o dia todo de mãos dadas enquanto ele dizia "ei, vem por aqui" e cuidava dela sem perceber. Mas aquilo não significou nada, assim, em histórias normais, porque não houve beijo, ou namoro, ou qualquer coisa que pudesse qualificar o momento como relacionamento, só que mal sabem as pessoas que bonito mesmo são esses amores que ficam pela delicadeza e não pelo ato e assim foi.
E aí eu queria te dizer, enquanto te sento ali e finjo uma articulação insuitada que sempre sempre sempre dá errado coisas e mais coisas. Mas é assim, um universo de coisas. Um universo coisas tão particulares minhas e nossas que são tão grandes, tão imensas que eu precisaria de um cigarro e um conhaque nas mãos, mesmo que não beba nem fume e saiba que você odeia odeia cheio de cigarro. Mas acho que talvez nem assim falaria nada das coisas que importam e bebericaria e fumaria, e te diria que olha, a fumaça fica até bonita em contraste com o escuro do céu, ou então faria alguma piada muito sem graça e você riria, ou falaria muito alto e acabaria por sentir vergonha de mim no momento que pisasse de novo no meu apartamento e te visse da sacada indo embora.
E dessas coisas que eu não quero te dizer, e quero, mas sei que não vou, mora aquilo de te dizer que gosto de você desde a primeira linha de conversa que tivemos, faz tempo, tanto tempo. E que eu cuidaria de você pra sempre e que eu te admiro pra cacete e que junto com isso, eu viro uma quinzeanista muito ridícula falando alto, quase gritando, histérica. Dizem que amor faz a gente meio assim, faz a coisa toda virar uma papagaiada de filme de comédia romântica muito estranha e louca com direito a tropeçar nos próprios pés, e nas palavras também, porque não? sempre sempre. Você me vê cair dia após dia. E me preocupo contigo mais do que comigo e olha, senta aqui, eu vou te falar todas as coisas. Que me mordo de ciúmes, que morro de medo que mudes demais e que não seja mais aquele menino que um dia eu conheci, desajeitado e lindo e que eu adorava ver rir e que eu queria e quero, e sei lá por quanto tempo vou continuar querendo guardar junto comigo pra privar do mundo e das outras coisas todas e dos perigos que são muito e rápidos. Tenho medo de te perder, de te perder de mim, entende? quero te dizer que eu gosto de você tanto, e é um tanto que quando a gente fala dá vontade suspirar e dói por dentro uma dor estranha e rápida. Espera, senta aqui, mas eu não vou te dizer essas coisas todas não, ainda não, você sabe que eu não consigo e estou tão doente por você que passaria todos os meus dias junto com você mesmo que não falasse mais nada e a coisa toda é tão doente que eu deixaria de te amar agora, nesse minuto e tomaria minha estrada rumo à coisas mais interessantes, mas espera, você é a coisa mais interessante que me aconteceu e mesmo que me doa de dar raiva eu sei que não vou pra lugar nenhum. Vou ficar aqui, esperando, um dia você me pega pela mão e diz "ei, vem por aqui" porque no fundo você também sabe, deve saber e se não souber que bonitos mesmo são os amores que são pela delicadeza de existirem e não pelo ato, e assim vai ser.
Então sento no meu computador munida de um chá com canela. Chá de maçã com canela, mas maçãs não dão gosto em chá, exceto nos chás artificiais com aroma artificial de maçã, mas não sou adepta de coisas tão artificiais assim, você sabe. E aí na playlist do meu programa de músicas tocam músicas que me lembram você e o gilberto gil canta quem-poderá-fazer-aquele-amor-morrer-se-o-amor-é-como-um-grão. E eu nem sei se acredito em amores que morrem e nascem trigo e vivem e nascem pão, ou o contrário, alguma coisa assim, embora quem sempre troque as letras de música seja você, de um jeito sempre engraçado.
Mas então te digo que eu queria te falar vinte cinco mil coisas, mas na verdade sei que não vou dizer nada e por isso como chocolates atrás de chocolates, todos os dias. e a grande verdade é, que mesmo se eu comesse todos os chocolates do mundo pra sempre eu ainda não saberia o que te dizer exatamente, embora eu saiba bem o que eu queria te dizer se pudesse. E faz dois anos já. Que eu queria te dizer coisas. Desde que você começou a aparecer na minha casa, com suas roupas mal cortadas e que a gente conversava, ou não conversava, mas a grande verdade é que eu sempre gostei de você. desde a primeira vez. Eu não sei muito bem, e eu ouvi em alguma peça, algum dia, que isso é o que chamam de atração inevitável, mas eu nem sei se acredito nessas coisas.
A gente pode chamar de a grande afinidade, se você quiser. A gente pode chamar de qualquer coisa, na verdade. Porque na verdade isso que a gente é nunca teve nome, mas eu um dia disse pra um amigo meu que a gente só ama quem admira e eu te admiro pra cacete, é verdade, embora nunca tenha te dito isso e nem saiba se um dia vou dizer.
Então um dia te sento na cadeira na frente da minha e tento vestir minha melhor roupa, mas meu cabelo estraga toda a conjunção de pessoa bem ajeitada que eu queria ser, e na verdade eu nem sei se você repara nessas coisas. repara? sempre te achei tão visual que eu acho que repara, então eu me policio bastante pra não sumir no meio dos meninos e ser mais uma pessoa que você chama de cara, embora eu também goste quando você me trata assim, e a gente age como crianças de colegial se dando soquinhos, porque eu pareço muito com a garota de treze anos que gostava de um menino que não gostava dela, mas os astros conspiraram para que fizessem aniversário no mesmo dia e isso criasse algum tipo de proximidade louca. Isso e o fato dela ter decorado os cento e cinquenta pokemons e lhe presentear com um pikachu, certo dia. E então lembra também que ela poderia ser a garota mais compreensiva de todo o universo quando gosta de alguém, e então se doou por inteiro um dia e todos os outros dias, até que um dia voltou pra casa feliz porque passaram o dia todo de mãos dadas enquanto ele dizia "ei, vem por aqui" e cuidava dela sem perceber. Mas aquilo não significou nada, assim, em histórias normais, porque não houve beijo, ou namoro, ou qualquer coisa que pudesse qualificar o momento como relacionamento, só que mal sabem as pessoas que bonito mesmo são esses amores que ficam pela delicadeza e não pelo ato e assim foi.
E aí eu queria te dizer, enquanto te sento ali e finjo uma articulação insuitada que sempre sempre sempre dá errado coisas e mais coisas. Mas é assim, um universo de coisas. Um universo coisas tão particulares minhas e nossas que são tão grandes, tão imensas que eu precisaria de um cigarro e um conhaque nas mãos, mesmo que não beba nem fume e saiba que você odeia odeia cheio de cigarro. Mas acho que talvez nem assim falaria nada das coisas que importam e bebericaria e fumaria, e te diria que olha, a fumaça fica até bonita em contraste com o escuro do céu, ou então faria alguma piada muito sem graça e você riria, ou falaria muito alto e acabaria por sentir vergonha de mim no momento que pisasse de novo no meu apartamento e te visse da sacada indo embora.
E dessas coisas que eu não quero te dizer, e quero, mas sei que não vou, mora aquilo de te dizer que gosto de você desde a primeira linha de conversa que tivemos, faz tempo, tanto tempo. E que eu cuidaria de você pra sempre e que eu te admiro pra cacete e que junto com isso, eu viro uma quinzeanista muito ridícula falando alto, quase gritando, histérica. Dizem que amor faz a gente meio assim, faz a coisa toda virar uma papagaiada de filme de comédia romântica muito estranha e louca com direito a tropeçar nos próprios pés, e nas palavras também, porque não? sempre sempre. Você me vê cair dia após dia. E me preocupo contigo mais do que comigo e olha, senta aqui, eu vou te falar todas as coisas. Que me mordo de ciúmes, que morro de medo que mudes demais e que não seja mais aquele menino que um dia eu conheci, desajeitado e lindo e que eu adorava ver rir e que eu queria e quero, e sei lá por quanto tempo vou continuar querendo guardar junto comigo pra privar do mundo e das outras coisas todas e dos perigos que são muito e rápidos. Tenho medo de te perder, de te perder de mim, entende? quero te dizer que eu gosto de você tanto, e é um tanto que quando a gente fala dá vontade suspirar e dói por dentro uma dor estranha e rápida. Espera, senta aqui, mas eu não vou te dizer essas coisas todas não, ainda não, você sabe que eu não consigo e estou tão doente por você que passaria todos os meus dias junto com você mesmo que não falasse mais nada e a coisa toda é tão doente que eu deixaria de te amar agora, nesse minuto e tomaria minha estrada rumo à coisas mais interessantes, mas espera, você é a coisa mais interessante que me aconteceu e mesmo que me doa de dar raiva eu sei que não vou pra lugar nenhum. Vou ficar aqui, esperando, um dia você me pega pela mão e diz "ei, vem por aqui" porque no fundo você também sabe, deve saber e se não souber que bonitos mesmo são os amores que são pela delicadeza de existirem e não pelo ato, e assim vai ser.
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16.9.09
Te machucar.
O fato estranho de todas as coisas passam pelos gestos ensaiados sonelemente. sempre sempre um olhar no espelho antes de saber exatamente o que fazer. eu quero te machucar. machucar bem machucado como quem enfia agulhas pontudas e finas devagarzinho em diferentes lugares do corpo. só pra sentires mais ou menos do avesso o que é isso de te amar e não querer. te amar é mais ou menos quase bem assim como enfiar agulhas devagarinho em todos os lugares do corpo. dói de doer fino e estranho e dá vontade de tirar tudo de uma vez pra acabar logo com isso. mas te amar é dor cronica sem remédio ainda inventado e quero que sintas e proves da mesma dor. a exata, a mesma.
sentirás então a minha falta quando de subito eu resolvesse então sair da sua vida como quem sai de algum lugar que não gosta? rápida e freneticamente sem dar tchau e sem deixar vestígios. e então tento todos todos todos os dias me educar de faltas de você. e é quando percebo que as faltas de você doem tanto mais em mim do que em você. não faz muito tempo desde que de algum modo estranho eu importava na sua vida tanto quanto importavas na minha. acontceu então o dia do grande desreconhecimento, sem que ninguém percebesse e hoje o que eu olho não é você. não mais. e me decepcionas esse não ser mais. Quando foi? em que data exata aconteceu de desbalancear a nossa equação e eu ser pra você tão (menos) do que você sempre foi pra mim?
Não me responderias se eu perguntasse talvez porque nem vejas ou saibas o que acontece e continues então vivendo sua vida como sempre viveu e pensando em mil maneiras de conseguir aquilo que sempre quis e então às vezes eu olho para esse irreconhecível você e tenho vontade de sair correndo porque desse você eu não gosto, nunca gostei e manteria uma distância mínima de segurança só para quem sabe assim eu parasse de me machucar (tanto).
Mas fato é que sempre soube que te amar seria assim uma tarefa difícil, uma coisa que daria raiva por três minutos e depois acabaria. Tens total controle sobre mim. Não faz muito tempo que tens, mas tens. Começou a ter exatamente no dia que eu soube que você já não era mais meu. Me prendem as coisas que não são minhas e desde então me sinto- algo que alguma palavra que termine com "ente"- totalmente, solenemente, completamente ligada à você de jeitos que já não posso pensar em desgrudar.
Queria então que sentisses metade da ausência que sinto quando não estás e metade da preocupação que existe quando acontece qualquer coisa que seja com esse você que eu considero tanto. Considero, amo, chame do que quiser mas é sen-ti-men-to. E botamos os dois os pés pelas mãos porque de sen-ti-men-to a gente nunca entendeu nada. Tu pensas que entendes e eu escrevo sobre há pelo menos cinco anos, mas saber viver o tal sen-ti-men-to a gente não sabe; Eu estou aqui pra te acudir e eu, aah, nunca teve quem me socorresse e agora tudo que eu penso é em fazer você sentir a dor que é te amar assim, que sentisses a mesma coisa por mim nisso que a gente chama (chama?) de relação.
Te fazer sangrar com cento e vinte agulinhas de cores diferentes, devagarzinho, sorrateiramente assim. Te fazer se machucar e depois sumir de súbito. Sentirias então a minha falta como sinto a sua. Sinto-te em faltas e presenças todos os dias. Sentirias então? E então eu te digo que te machucaria só pra depois poder te curar pra mim. Te arrumar os pedaços, te colocar no colo e te dizer "vai passar, vai ficar tudo bem", porque eu sempre vou estar contigo.
Eu te amo, do avesso, do direito do contrário e da dor que é amar, eu amo.
sentirás então a minha falta quando de subito eu resolvesse então sair da sua vida como quem sai de algum lugar que não gosta? rápida e freneticamente sem dar tchau e sem deixar vestígios. e então tento todos todos todos os dias me educar de faltas de você. e é quando percebo que as faltas de você doem tanto mais em mim do que em você. não faz muito tempo desde que de algum modo estranho eu importava na sua vida tanto quanto importavas na minha. acontceu então o dia do grande desreconhecimento, sem que ninguém percebesse e hoje o que eu olho não é você. não mais. e me decepcionas esse não ser mais. Quando foi? em que data exata aconteceu de desbalancear a nossa equação e eu ser pra você tão (menos) do que você sempre foi pra mim?
Não me responderias se eu perguntasse talvez porque nem vejas ou saibas o que acontece e continues então vivendo sua vida como sempre viveu e pensando em mil maneiras de conseguir aquilo que sempre quis e então às vezes eu olho para esse irreconhecível você e tenho vontade de sair correndo porque desse você eu não gosto, nunca gostei e manteria uma distância mínima de segurança só para quem sabe assim eu parasse de me machucar (tanto).
Mas fato é que sempre soube que te amar seria assim uma tarefa difícil, uma coisa que daria raiva por três minutos e depois acabaria. Tens total controle sobre mim. Não faz muito tempo que tens, mas tens. Começou a ter exatamente no dia que eu soube que você já não era mais meu. Me prendem as coisas que não são minhas e desde então me sinto- algo que alguma palavra que termine com "ente"- totalmente, solenemente, completamente ligada à você de jeitos que já não posso pensar em desgrudar.
Queria então que sentisses metade da ausência que sinto quando não estás e metade da preocupação que existe quando acontece qualquer coisa que seja com esse você que eu considero tanto. Considero, amo, chame do que quiser mas é sen-ti-men-to. E botamos os dois os pés pelas mãos porque de sen-ti-men-to a gente nunca entendeu nada. Tu pensas que entendes e eu escrevo sobre há pelo menos cinco anos, mas saber viver o tal sen-ti-men-to a gente não sabe; Eu estou aqui pra te acudir e eu, aah, nunca teve quem me socorresse e agora tudo que eu penso é em fazer você sentir a dor que é te amar assim, que sentisses a mesma coisa por mim nisso que a gente chama (chama?) de relação.
Te fazer sangrar com cento e vinte agulinhas de cores diferentes, devagarzinho, sorrateiramente assim. Te fazer se machucar e depois sumir de súbito. Sentirias então a minha falta como sinto a sua. Sinto-te em faltas e presenças todos os dias. Sentirias então? E então eu te digo que te machucaria só pra depois poder te curar pra mim. Te arrumar os pedaços, te colocar no colo e te dizer "vai passar, vai ficar tudo bem", porque eu sempre vou estar contigo.
Eu te amo, do avesso, do direito do contrário e da dor que é amar, eu amo.
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