"Pra ser sincero não espero de você
Mais do que educação
Beijos sem paixão, crimes sem castigo
Aperto de mão.
Apenas bons amigos.
Nós dois temos os mesmos defeitos
sabmos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos
Um dia desses, num desses encontros casuais
Talvez a gente se encontre
Talvez a gente encontre expliacação
Um dia desses, num desses encontros causais
Talvez eu diga, minha amiga
Pra ser sincero, prazer em vê-la
Até mais."
(Engenheitos do hawaii in pra ser sincero)
(para o dia que o gessinger se fez carne)
Então foi assim. Eu pensei em você verbo e você me apareceu: corpo. A distância inenarrável entre o você, verbo, meu. E o você, corpo, sabe-se-lá-de-quem. Mas foi assim, logo depois do você-canção você se materializou em mim. Corpo. De todos os seus estados possíveis, existe esse com o qual eu não sei lidar. O você-corpo. Quando você existe verbo, sou eu quem te conto. Eu te escrevo, te domino, te dou vida com as palavras que são minhas. Então, você é meu. Quando você é canção, é a minha interpretação sobre o seu existir. Ainda é meu, de controle. Já o você-corpo sai por aí fazendo o que lhe cabe. Sorri, anda, e principalmente, não é meu. Não te controlo, não te faço sorrir pra quem eu quero e nem mesmo sei o que se passa dentro de você. No nosso instante encontro aconteceu assim, o verbo se fez carne. E eu só sei lidar com verbos, não com carnes. Se fez então o meu encontro causal, o nosso, coisa estranha. Você-verbo ainda morava em mim, você- canção ainda estava nos meus ouvidos. Você carne, em sua existencia bruta se fez assim, distância. A indiscutível distância entre dois corpos. Fria. Ali. Já não somos mais, apenas bons amigos. Mas serás pra sempre meu verbo, e minha canção. Pequeno grande pedaço eterno do meu ser; verbo, poesia, canção e corpo. Indivizivel.
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