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14.2.08

Prefiro.

Eu prefiro versos brancos como a minha alma sem rima.
para não ter que rimar amor com dor e esse torpor que me inpede de ver.
Eu prefiro não estar aqui, nao hoje e nem agora.
Porque hoje e agora me doem os dedos e a alma.

Eu prefiro me entregar ao nada, de uma vez
Ao invés de esperar sandices sonhadas e supostas.
Eu prefiro então, não me entregar completamente e estar.
Porque só estar não me doi os dentes. Nem o coração.

Eu prefiro não sentir sabor de beijos silenciosos
e tampouco os ruídos da paixão.
Eu prefiro ficar quieta,
escutando os desvãos de mim e de minha alma doente.

Eu prefiro não sonhar.
Nem com hoje, nem amanhã.
Eu prefiro nem pensar no ontem
porque eu prefiro nem ser.

Eu prefiro o frio que me dói o rosto
que ao cortar meu corpo não sinto minha vida se rasgar
Eu prefiro as melodias calmas
porque a confusão da minha alma já me é um conserto.

Eu prefiro, eu prefiro sumir
não deixar nome, sobrenome
espírito ou carne.
Eu prefiro fingir que eu nem existo, existir me cansa.

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