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4.7.08

ausência

O estranho entre todos os meus dias incríveis e noites felizes é essa ausência.
antes doía um pouco, depois incomodava, agora é só nada e nada mais.

um dia você se vê completamente entorpecida por tudo, as coisas já não doem nem alegram tanto quanto deveriam e felicidade é uma coisa simples, é aquela janela verde que verde escreve e algumas declarações. são uns risos, umas bobagens, umas comidas e umas fofocas. é uma amiga distante pra sempre em linhas de ônibus com motoristas e cobradores.

e tudo se torna uma incrível confusão em que o que vale a pena não importa e o que importa não vale a pena e você nem sabe bem distinguir o que são os dois. o problema todo é que de repente você acorda e o que importava muito é só mais uma coisa e você nem sente mais vontade de sentir nada. tudo é simplesmente costume como tudo na vida e se desacostumar é um exercicio constante que vai acontecendo sem a gente perceber.

eu acostumei e deasacostumei em seguida.

o que eu espero sinceramente são coisas que estão longe demais de mim. são coisas que é só porque há uma ausência grande, ausência que você diz e abre um vazio imenso e branco, não sei porque branco mas, um vazio enorme que preenche tudo. uma ausência tão grande que qualquer pequena coisa parece ser capaz de preencher e não é. e são pequenos pedaços atrás de pequenos pedaços se juntando doentemente pra estancar um vazio que nem é vazio, é ausência e isso.

ontem conversando com você eu parei e pensei que deve ser tão estranho um dia ter tido alguém tão igual a mim. é tão estranho se ler quando o outro está simplesmente falando dele mesmo. não é, é tão ótimo e tão e tão e tão.

você disse que ainda não encontrou.
Sinceramente me disse que eu também não.
aí, tá vendo, eu te disse que não encontrou...
o que importa é que nós estamos felizes, por enquanto.

por enquanto.
por enquanto é felicidade pequena cobrindo essa ausência imensa.
essa ausência que como você mesma disse, é ausência e só.

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