Por intervalos comerciais e (principalmente) pelo resto todo.
Dá licença, fui pegar um chá com bolachas de chocolate e já volto aqui pra botar meus pensamentos em ordem antes que meus olhos fechem.
Não creio que cafeína continue fazendo qualquer efeito. Meus olhos teimam em fechar assim mesmo. Depois do experimento " fique dias sem dormir" era meio natural que eu acabasse acabada e errando continuamente as letras desse teclado maldito. Mas eu acho que estou aqui pra falar de cansaço e espera. Eu acho, porque desde que eu nasci eu não tenho certeza de nada. nadinha. nunca.
Os intervalos comerciais tem me irritado profundamente. Eu não aguento mais esperar os cinco minutos, ou três, ou alguém sabe quanto dura o intervalo comercial? que demora pra recomeçar o meu programa. zapeio a tv continuamente em busca de qualquer coisa que não seja o intervalo comercial e sempre acabo perdendo a mtv pública, ou qualquer vinheta idiota que podia até ser engraçada. Nas zapeadas é um pedaço de uma novela aleatória, um desenho, um clip idiota, um programa com legendas, qualquer coisa. Depois é voltar pro porgrama que eu estrava assistindo e zapear tudo de novo no próximo intervalo comercial.
Minha vida é cheia de intervalos comerciais, de momentos que eu não aguento mais esperar. Não aguento mais andar os cinco minutos que me levam até o ponto que me levam até a univervidade. Não aguento mais os quinze minutos dentro desse mesmo ônibus que me deixam na universidade. Não aguento esperar até o intervalo. Não aguento mais pegar dois ônibus e esperar até chegar em casa de volta. Não aguento mais o tempo que demora até chagar duas horas pra que passe alguma coisa que preste na televisão, e não aguento mais segurar o sono até meia noite e meia, todos os dias pra no fim, nada. Eu não aguento mais essa espera infinita por coisas aleatórias que não chegam nunca.
Dois anos e meio até terminar a faculdade. Duas semanas até a viagem. Três meses até as férias. Quinze minutos e você chega? Tudo bem, eu espero mais meia hora roendo a unnha do meu polegar esquerdo e fazendo cara de quem não está se importando. Eu vivo a minha vida toda roendo a unha do meu polegar esquerdo na espera de qualquer coisa que eu nem sei bem o que é. Términos, recomeços, oi como foi seu dia? Esperas são vazias, enchem os minutos de segundos infinitose se eu ainda conseguisse fazer alguma coisa enqaunto espero... Mas o nome é, espera. O que você quer ainda está pra chegar e não tem nada que preencha o espaço.
Minha vida é uma eterna espera. O que eu quero ainda está pra chegar e não tem nada que preencha o espaço.
Mas eu vou continuar esperando roendo o canto da unha do meu polegar esquerdo, fingindo não me importar enquanto meu chá esfria e toda a minha vontade de que chegasse já passou. No fim das contas é só uma sucessão de vazios aleatórios e impreenchíveis sem fim, e um pouco de cansaço pra completar o pacote.
Eu não aguento mais esperar, vou dormir que as unhas do meu polegar já acabaram e o vazio só está começando.
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