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6.3.10

Um diário, quatro ou três ou cinco dias.

5 de maio de 2009

Dos dias normais que me seguem, esse foi mais um. Mais um dos dias cansados e normais que acontecem sempre-sempre. A aula do professor mais querido e o encontro com aquilo que acredito. Porque se a gente não fosse aluno-professor, com certeza seria amigo.
Criei a agenda pra fazer de hábito, mas ando tãotão cansada que prefiro dormir ao invés de escrever. Fez muito frio na terça, daqueles frios que doem a alma. Fica cada dia mais difícil acordar pra fazer qualquer coisa, principalmente ir à uel.
Mas visitei a tia, fazia tanto tempo desde a remota infância de comer pão e tomar café. Pequenas saudades "daquele tempo bom que já passou".
Fiquei preocupada, mas daí a chamar de saudades acho que é um pouco demais. Talvez se preocupe com as coisas que se ama. Mas eu não posso dizer. Não posso dizer coisa alguma com certeza. Mas algumas pessoas sentem mais do que as outras.
Continuo precisando da sua consideração, de uma certa forma. Acho que preferia as vezes que queria te matar. De verdade.

13 de maio de 2009

Acho que não sei mais escrever.
Poxa, que exagero!
Enfim, não importa, escrevo para passar o tempo da aula mais chata do universo. Hoje foi um dia essencialmente de sono, dentista e patê de ricota. Como um dia pode ser resumido em sono, dentista e patê de ricota você me pergunta e eu te respondo que meus dias podem. Tenho comido muito, dormido pouco e ando sempre cansada.
Não é uma vida empolgante, é só uma vida. E tem uma diferença absurda entre essas duas coisas. A diferença entre ser feliz e estar contente, talvez. Se é que alguém é realmente feliz em algum lugar.
Tentei sem sucesso aprender francês com Carla Bruni. É bem mais difícil que aprender italiano com renato russo. J'ne parle français. Fica sempre uma salada louca entre espanhol, italiano e francês. Mas vou aprender tudo, um dia.
Manuelli me fez chorar, quase, de novo. Eu sempre fico pensando como se pode amar tanto alguém que nunca se viu, desse jeito não-lésbico de amar, de amizade pura e simples. Dos "eu te amo" sinceros que eu nunca achei capaz de sentir (salvo os amores fraternais) ela é um deles. Talvez porque seja de certa forma um amor fraternal, dessas irmãs que eu não tive. Que fazem a sua vida valer a pena. E só. (e TU-DO)

19 de maio de 2009

Dezenove de maio não é um dia bom.
Existe algum livro em algum lugar no espaço que diz que mil novecentos e alguma coisa não foi um dia bom. As minhas tristezas são mais simples. Dia dezenove de maio não é um dia bom e só. Não é auspicioso. Dizem que as pessoas melancólicas escrevem melhor, são mais criativas, é a falta de serotonina no cérebro. Eu não sei o que dizem sobre pessoas tristes. Elas provavelmente não podem escrever, assim, como as pessoas alegres. Corre-se o risco do melodrama, assim como corre-se o risco da euforia burra quando se está alegre. Portanto, prefiro não dizer nada.
Me calo diante dos fatos. Podia ser poética, mas tristeza é coisa que dói nos ossos, não na língua. Ouço suspiros do meu lado. Do outro lado há um olhar perdido entre outras coisas e atividades. Compartilhamos tristezas, só que no silêncio. Te diria tudo o que sinto se eu soubesse. A partir de agora sei que vou me perder disso. Sei que vou. Alguma coisa dói muito e tudo que sei que consigo é olhar pela janela. Completamente apática.
Triste.

"How does it feel? To be on your on. Like a completly unknow.
Like a Rolling Stone."

E no final do dia, o surto.
Às vezes a vida é um pouquinho mais do que a gente pode aguentar.
Quase sempre.

4 de maio de 2009

Pode uma pessoa estar um poquinho mais confusa?
Tenho feito da minha vida pequenas frases de twitter. É interessante, mas é um pouco raso.
Esse azul não combina nada com a cor em que eu resolvi colocar as tais datas. Não tenho canetas pretas que possa usar. Talvez comprar, talvez.
Acho que twitter é bom pra quem pensa abstrato. Como não consigo mais ter linhas de raciocínio estou achando abusrdamente interessante.
Tive conversas sobre casamentos e afins, e estou me sentindo velha, sabe? acontece.
Preciso desesperadamente parar de falar de você. Tem ficado muito evidente. Porque entrar nessa depois de tanto tempo você me pergunta e eu não sei responder. Das coisas que eu sempre amei uma delas sempre foi você. Das coisas que me fazem parte, uma delas é você.
E dói.
Putaqueopariu.

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