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28.4.09

Joy and I, and a little conversation.

Larissa. diz:
você imagine, eles fazem design.
Alain .:: [ah2] ::. Ocular diz:
quebraram as quatro linhas do gramado, eu aposto.
Alain .:: [ah2] ::. Ocular diz:
gramado bom, que eu deito e rolo.
Larissa. diz:
é, eles até tentaram me acanhar, mas eu não sou tacanha.
Alain .:: [ah2] ::. Ocular diz:
eu não queria bancar o bom rapaishhhhhhhhhhhh,
Alain .:: [ah2] ::. Ocular diz:
mas um conto sobre seus colegas mal não faz.
Alain .:: [ah2] ::. Ocular diz:
como foi?


Só pra deixar resgistrado que existe alguém, logo ali, que possui as mesmas linhas de humor, os mesmos problemas estanhos, as mesmas visões. Alguém como eu, só que diferente. Alguém em que nada existe, porque existe tudo. Em que tudo existe, porque não existe mais nada. Alguém por quem eu nutro meus mais bonitos sentimentos de proteção admiração, vindos do fundo do peito de uma pesssoa que não aprendeu a amar, mas tenta. Assim como todos nós, ou ninguém. Pelo menos como nós dois.

A minha consideração ao brother, Gramado bom em que eu deito e rolo e sou artilheira.

23.4.09

O mundo é desaturado pra quem não escreve mais.

desaturei.

existem cores aí fora e milhares de coisas que não alcanço mais. Não escrevo a mais de trinta dias exatos, salvo alguma resenha boba sobre algum show que já passou. Não existo mais de jeito nenhum que não seja esse que já enjoei de ser. Londrina agora faz frio e é cada dia mais difícil levantar da cama pra fazer qualquer coisa. Meus compromissos não impressindíveis vão ficando pra depois. Meu dentista, meu médico, minha dor de garganta, minhas aulas de canto, meu francês, meus livros. Tudo tem ficado pra lá, bem pra lá, em ali, bem pertinho, mas estou com preguiça de ir lá buscar.

Não escrevo mais. Não sei nem se ainda levo jeito para. Dizem que existem coisas que não se perdem nunca. Algumas pessoas acreditam em dons. Algumas pessoas acreditam no meu po-ten-cial cri-a-ti-vo, mas eu não acredito em mim não. Há muito tempo. Não acredito nem em dias de frio, nem em dias de calor, nem em dia nenhum. Acredito menos ainda nesses dias que eu não leio, não escrevo e vegeto ali, sonolenta em frente a televisão que fico zapeando e meu programa de conversas instantaneas.

Uma vontade suicida de terminar esse jogo de palavras no meio, deixar tudo pra lá, como tenho acostumado a fazer. Tudo um dia vai virar rotina, acredita em mim. Me diz quantas vezes eu não escrevi, nesses entremeios que permeiam entre maio e julho, que estava frio, que todos os dias acordava atrasada, e que aquelas coisas de catraca de oniubus cinzas e pessoas que eu não conheço estavam me irritando de sobremaneira.

Ainda irritam. Não é como se um dia eu pudesse pintar a rotina de bolinhas roxas. Não é como se eu pudesse sair saltitando se eu quisesse e nem é como se a gente pudesse apertar pequenos botões liga-e-desliga ajustando as coisas do jeito que melhor entender. Viver pra mim - e pra todo mundo, assim acredito - se torna uma tarefa complicada depois de um tempo. Eu sempre paro pra pensar quanto esforço eu tenho feito por tantas e tantas pessoas. Eu passo tanto tempo me preocupando com tanta gente. Gosto assim, não seria de outro modo.

estou caminhante, vão fazer meses exatos desde o começo do ano que não pego meus tenis de caminhada e vou andar, que não leio um bom livro, ou mesmo que não escrevo essas bobagens sem fim que eu não sei se alguém ainda se dá ao trabalho de espiar. às vezes preciso do silêncio, e aos vinte anos de idade que sentem pra mim como meros quinze anos - sou pouquissimo acostumada a vida adulta - descobri que preciso estar sozinha, que gosto assim.

de qualquer modo, desaturei.
é como se meu mundo vivesse em preto-e-branco, mas daquele jeito que não é bonito. alguns dias na vida todo mundo espera que o mundo seja um clichê, que de algum jeito amélie poulain alguém te faça alguma coisa pra te ver feliz e que o mundo viva algre em cores absurdamente saturadas e modelos franceses.

Minha vida não. É só uma garota de 20 anos, calça jeans, all-star, blusa básica, esquecendo todos os compromissos possíveis, adiando todas as alegrias marcadas, não sabendo o que quer da vida. todo mundo pode deixar a vida pra depois, eu acredito. Eu estou deixando a minha.

Gosto de bolinhas, de roxo, de música, de chocolate e tenho um estranho gosto por aquilo que não posso mais ter. Não ser adulta, não me imagino agora casar-ter-fihos. Desaturei. Não faço mais metade das coisasque gosto e não sei quem eu sou.

Tudo bem, vamos por partes.

3.4.09

le desolación

A desolação se fez numa sexta feira sonolenta e quente, depois de uma noite fria e sem sal.
Fez-se a tristeza, descontentamento, o choro embargado.
Fez-se tudo que não poderia ter sido, e foi.
Sinto vontade de gritar, gritar bem alto e de dentro. Sinto vontade de não estar e sinto mais ainda do que tudo um aperto no peito que não parece mais ter razão de não ser.
Amo tanto e tudo que não caibo mais em mim. Não quero mais ser, permita-me. Sinto sede, fome, frio calor. Sou um ser humano como qualquer outro e como qualquer outro sinto nos ossos a dor de de repente não querer mais ser. Não quero, abosolutamente.
Minha boca tem gosto de passado, de tristeza, de descontentamento. Sinto gostos constantes de coisas estragadas, estou podre de alma, não posso mais pertencer aqui.
Vende-se felicidade em pequenas caixinhas, eu te pergunto. Não, não se vendem. Nem isso, nem empolgação e se ao menos eu não estivesse frustrada com tudo. Se ao menos o seu corpo presente me servisse de alívio, mas a quem eu quero enganar. Sei há tanto tempo que tudo terminará num parco tchau sem mágoas e sem despedidas longas. A cada vez só sinto que falta falta falta alguma coisa e tantas faltas me criaram um abismo tão enorme que eu acho que não consigo mais levar adiante.
Se ao menos eu soubesse me explicar. Se ao menos eu não tivesse que.
Eu sinto tantas saudades, tantas tantas e tantas que eu não sei te dizer como que é. Se ao menos eu pudesse te dar tchau mais uma vez, se ao menos você ainda estivesse aqui. Não quero me encontrar com quem inventou a morte. É deveras injusto, é cruel. É estranho pensar que depois de um tempo tudo que se verá são separações. faltas, faltas, faltas, ausências. Incessantes delas.
Se ao menos a sua presença fizesse alguma diferença, se fosse de algum conforto rápido, se ao menos...
A desolação se fez numa sexta feira, mas esteve presente tão antes. Não sei o que dizer, nem tento, não quero. Sofor de uma ausência que nunca um dia esteve preenchida, me apefo a paredes roídas, tenho dores nos dentes, falta de compreensão, falta falta falta e uma desesperança do tamanho do mundo que só me deixa com medo.

29.3.09

Desapaixonadamente

Para que conste nos autos, não escrevo desde a última vez que posso me lembrar e só posso me lembrar que não me lembro qual foi essa última vez. reviro textos no apanhado do meu computador, releio coisas que desacredito terem sido escritas por mim, tenho me reinventado muito pouco, e de certa forma, continuo eu mesma.

Sinto sede e desacalento. felicidades repentinas. uma tosse infernal e acabei de voltar do show mais enigmático do mundo. o show mais enigmático do mundo assim o é porque quase uma semana depois não posso exclamar com certeza o que veio a ser, assim, aquilo. transcendental de alguma forma, antes de análises frias que não aconteceram só longe e distante do lugar do ocorrido, como aconteceram no lugar do ocorrrido.

Eu, facilmente perdida na multidão, de calça jeans e blusa branca, all-stars roxos que não aparecem em meio a multidão, cabelo preso estranhamente desgrenhado, estática ao observar há dez metros de mim o show da banda que eu não amo. uma estrangeira passageira de algum trem que não passa de ilusão - se gessinger assim me obervasse - assim era eu no show dos cabeça-de-rádio. duas letras sabia de cor por te-las cantado no violão. o resto minha boca mexia por alguma melodia entranhada no cérebro, depois de mr.thom yorke tocar em todas as festinhas que eu habitei nesse último um ano. fingi bem ser um deles, mas nunca o fui.

Ao olhar antentamente, em alguma daquelas músicas que eu simplesmente não reconhecia os acordes, via ao meu redor bocas que se mexiam emocionadamente e olhos vidrads nas mudanças de cores incríveis do palco. olho para os lados e por um momento, não pertenço. solto as mãos, vejo mãos no alto, olhos marejados, pessoas dançando desavergonhadamente e tudo me irrita, tudo me deprime, tudo é alheio a mim. "preciso achar alguma coisa pra gostar, assim como essas pessoas.", eu penso. Não gosto de nada assim, apaixonadamente. De nada que está ali presente. nada. não achei minha orquídea fantasma, e se deixo de amar, vou embora. também, nunca amei nada assim tão apaixonadamente a ponto de nem cogitar ir embora. nunca fiz esforços. pela minha cabeça passava um tímido "preciso ir ao show do oasis." que poderia ser facilmente traduzido por um "preciso amar à alguma coisa como essas pessoas amam isso." eu precisava pertencer, e por mais que uma música ou outra fizesse meu coração pular um pouco, eu só me sentia despertencida.

Quando é que você não se sentiu despertencida, alguém perguntaria. eu não saberia responder, simplesmente não saberia. vivo pertencendo aos pouquinhos, aqui e ali, e me sentindo bem aos pouqinhos, aqui e ali. vivo roubando a vida das outras pessoas pra mim, pra fazer parte delas bem soberana. vampirizo, fico ali, e enjoo. gostei de radiohead por um mês, enjoei, estava com um igresso comprado. pertenci a um show que não era meu, e fiz bem meu papel. não consigo, por mais que tente, não consigo pensar em alguma coisa que eu queira muito, que dure muito. renato russo já não é mais pra mim o que era, minha admiração vai se esvaindo, logo em vou mais tomar coca cola, assim como já tenho timidamente pedido latinhas de citrus e parei de tomar mate. sou tão ridiculamente feita de ímpetos e paixões que me enjoo de mim mesma, assim como enjoo facilmente de tudo, sempre, o tempo todo. gosto da palavra "eterno"pela aura de impossível que ela me impõe. toda vez que digo que algo é "pra sempre" sinto estar fazendo algum tipo de travessura, algum tipo de promessa que sei que não poderei cumprir, mas encaro como um jogo contra mim mesma. um dia tenho que conseguir a eternidade ao invés da efemeridade. é justamente o impossível de nunca conseguí-lo que faz da minha vida uma busca incessante pelo eterno. por algo que eu ame ao invés de gostar apaixonadamente.

Hoje estou especialmente despertencida. e tilinta na minha cabeça como será que é gostar de alguma coisa apaixonadamente. mas apaixonadamente daquelas paixões que viram amor e duram duram duram e duram. alguma coisa pra ser pra mim o que o radiohead era para aquelas pessoas. alguma coisa que me marque a ponto de eu querer lembrar pra sempre. alguma coisa pra não tratar com uma indiferença estranha depois de um tempo, tentando fingir de alguma forma que aquilo é sim amor, e não só mais um capricho que eu sei que vou enjoar depois de um tempo determinado." I want to know what it feels like to care about something passionately." Fazem vinte anos que eu não sei. Deve ser bom, keep on trying.
Por enquanto fico assim, despertencida, parada, vazia, interte, desapaixonada. Eu.

3.2.09

Eu não aguento mais

( e dessa vez, é pra valer. )

Existe uma linha, uma tênue linha que separa as coisas que você continua aguentando, das que você sabe que não vai aguentar mais. Por mais que eu esteja tentando manter a calma, por mais que eu tenha tentado ser forte com tudo que vem acontecendo e o mais um pouco, digo que hoje acabo de cruzar a tênue linha para o outro lado. Estava a ponto de. Já estava a ponto de há algum tempo. Mas hoje, ao encarar a minha total falta de estrutura grito com o meu corpo que dói o simples: " eu não aguento mais." Esse mesmo grito que já estava marcado em um texto abaixo desse. Esse mesmo grito que eu tenho tentado dar há algum tempo. Simplesmente não há estrutura dentro do coração dilacerado que possa cuidar com mais qualquer outra decepção. Se já não bastavam as pequenas decepções quase diárias, isso somado com o caos que a minha vida se tornou, com a total falta de referência, com a tristeza profunda que eu tenho tentado encarar e até consiguido, mas que quase me impede de caminhar, me leva a um estado de simplesmente não aguentar mais.

Estou caindo, estou falindo e parece que a cada passo a mais que eu der, vou tropeçar. Vou tropeçar e cair de cabeça, porque esperava que alguém estivesse ali pra me segurar mas o fato é que não existe ninguém. Fato é que mais uma vez eu espero mais do que possam me dar e tudo que eu perciso tenho que pedir, mas pelo amor de qualquer coisa, se não tenho mais forças nem pra respirar, que forças eu tenho pra pedir? Preciso de colo, de arrego, de palavra, de qualquer coisa. Preciso do simples estar ali sem eu precisar chamar. Preciso do simples encontrar do meu lado quando eu olhar. preciso não ter que dizer tudo o que precisas fazer para que eu fique bem. Queria o mínimo de sensibilidade, o mínimo de largar um tanto de coisas porque eu, que caos, eu não aguento mais. Tudo que eu tenho tentado ser forte, tudo que eu tenho tentado aguentar é sim, demais pra mim. E de repente me vejo sem ter com quem dividir, chorando sozinha, indo dormir sem ter desabafado.

Eu sou forte, sou tudo isso que falam. Aguento, aguento sim. Quem não aguenta? Já viu alguém aí morrer de dor? Morrer de sofrimento. Ninguém morre não, fica todo mundo em pé, fica todo mundo até mais forte depois. É claro que eu vou suportar, é claro que eu vou passar por isso. é claro que eu vou levantar um dia como se nada tivesse acontecido. mas é claro também que as coisas seriam um tantinho mais fáceis se pelo menos eu não tivesse que pedir por tudo. Se pelo menos houvesse aquela palavrinha mágica chamada "sensibilidade" pra se tocar que olha, eu tô precisando de ombro, de colo e principalmente de ser colocada na cabeceira da lista, nem que seja só por esse período. Porque por mais que se diga, são as ações que realmente marcam, e essas só estão me fazendo doer, e muito.

Com sincero pesar, eu estou cansada, eu estou desabando.
E eu, de novo, não aguento mais. E dessa vez, é pra valer.