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27.5.09

Das relações humanas.

(Pequeno tratado sobre coisas que sempre continuarão a acontecer.)

Você já percebeu que tipo de relação doentia a gente tem?

Não. Não deve ter percebido, não faz sentido nenhum que você perceba, porque eu tenho uma relação doentia com você e o contrário não acontece.

Eu não estou falando de amor. se eu fosse seu amor e você o meu menino eu acho que bem, eu acho que a gente nem teria chegado a ser como de fato não chegou. é só uma relação. uma relação, como todas as outras relações humanas. relação de conversa, saídas e de uma certa ajuda. nas relações saudáveis é o que se chamaria de ajuda mútua, mas no nosso caso é só ajuda mesmo, de você pra mim. eu me desdobrando e você assistindo, braços cruzados, sentado e achando que não precisa fazer mais nada. eu meio que faço tudo por você.

eu meio que faço isso por todo mundo. pelos meus pais, meus outros amigos, meus amores. mas com você é diferente. com você não tem um pingo de coisa que venha de você pra mim. é tudo de mim pra você. e não é por nada. não é porque são cinco e meia da tarde de uma terça feira absurdamente cansativa e eu mal consigo colocar meus pensamentos em ordem e nem mesmo porque os seus problemas na maioria das vezes se tornam meus problemas, mas eu estou cansada. cansada mesmo. cansada de você. cansada de ser isso daí que eu sou pra você. na verdade, cansada disso daí que você é pra mim.

eu só queria que você resolvesse seus problemas sem precisar da minha ajuda. eu só queria te dizer não quando você viesse atrás dela. eu só queria não (re)descobrir hora ou outra que eu estou fazendo de tudo por alguém por quem meio já estava bem perto do bastante. Não que você não goste de mim ou nada disso e nem que a gente precise fazer as coisas esperando algo em troca, mas às vezes eu fico te olhando e pensando que eu não deveria fazer nada por você. nada mesmo. não deveria perder minhas noites de sono pra ouvir seus problemas que nem problemas direito são. ás vezes eu fico pensando, você já parou pra pensar nisso? parpu pra pensar o quanto você está fantasiando? parou pra ver que você é só mais um deles? só mais um. eu já achei que você era diferente, mas você é só mais um cara. um cara como todos os outros na eterna fila dos caras comuns. um cara. você diz que não mas é só isso, mais um cara.

um cara. um cara desses que acordam todos os dias pensando em ganhar dinheiro e ser famoso. que pensam em descolar aquela mina, enquanto não tem coragem de falar pra garota que está do seu lado o quanto talvez goste dela. mais um cara desses que se preocupam mais com eles mesmos. um cara desses de calça jeans, camiseta e moletom um cérebro com metade da capacidade utilizada. um dessa porcentagem de caras que se acha um dos vermelhos nos pretos, mas é só mais um vermelho no vermelho e acabou. um cara que vai crescer, se reproduzir, ter um carro bonito, uma mulher sem muito na cabeça e vai acabar envelhecendo aí, mais um na porcentagem das estatísticas da classe média ascendente que sonha em ter uma casa maior. mais um cara que vai ensinar seus filhos a gostar de futebol e como se dar bem na vida. mais um. eu já achei que você era um cara, mas você é só mais um cara e eu cansei de carregar você nas costas.

cansei. vontade mesmo de falar pra você que olha, já deu, eu gosto muito de você mas você é grandinho o suficiente pra segurar o seu, cuidar da sua vida e não fazer com que eu compartilhe todas as vezes com a merda que você vive fazendo e muito menos fazer com que eu esteja ali, ombros, ouvidos e olhos pra te segurar depois que você cair quando eu tinha te avisado milhões e milhões de vezes que essa não era a escolha certa. tudo bem, eu não cobro nem peço nada, você sabe eu nunca fui de fazer isso, se eu fosse acho que a gente nem estaria aqui, desse jeito, nesse estado.

não é nada, só estou pedindo afastamento de você, de mim, da nossa relação doentia e dessa coisa de você ser só um cara e ainda esperar que eu resolva seus problemas. é só pra te alertar que em uma dessas manhãs, e nem vai demorar muito, você vai procurar por mim e eu já vou ter ido embora.

24.5.09

figura de linguagem;

E quase morro de nostalgia cinza enquanto ouço essas músicas que tem gosto de você.

23.5.09

Vazio de presença.

Eu só queria que você voltasse a ser o que você sempre foi.

18.5.09

3.05 não é hora de escrever para quem precisa acordar amanhã.

(Mas não existe hora para se falar de amor.)

Pois te conheci insperadamente, assim como todas as coisas importantes para mim acontecem, sem que eu espere muito, ou nada. Por acaso, mas sempre quis te encontrar. Só não sabia. Te encontrei e foi como sempre houvesse existido. ( Em mim sempre existiu, só não te via assim, em forma de garoto-menino-moleque-homem-meu amor).

Nunca soube tanto assim de ti. Mas sempre te amei. Soube desde a primeira vez que tinha que te amar. Porque sempre se é atraído pelas coisas que se tem que amar, de algum jeito. Você me apareceu assim, primeiro um bom humor cativante, uma conversa interessante. Gosto daquele menino, ali, aquele ali do orkut, aquele ali com nariz de palhaço. Tudo pra depois virar coisa séria.

Namora comigo? E na brincadeira de dizer sim, começou o que sempre deveria ter sido. O que sempre foi. O que era pra ser. Desde aquela madrugada sou sua namorada, mas me sentia assim antes de ser. Te esperava sedenta, todo todo todo dia para trocar palavras importantes ou não, e me contar pra você, e esperar você se contar pra mim, e descobrir as pequenas coisas de você e te contar todas as pequenas(grandes) coisas de mim. Gostava de te descobrir. Sempre me fez sorrir isso de você existir na minha vida, desde o primeiro 'oi'. E se algum dia eu sorri de verdade, é porque no fundo sabia que você existia, e existia pra mim, em algum lugar. Meus sorrisos mais sinceros sempre foram seus. E desde que roí a corda descobri que não havia mais jeito de existir que não fosse com você (nunca houve).

Sabia antes de te encontrar, com as mãos geladas e suando e o coração a passos rápidos que aquele dia na rodoviária poderia ser o mais estranho, porém o mais importante dia da minha vida. E assim foi. E depois de alguns estranhamentos primeiros, eis que se concretiza tudo o que sempre foi, mas ainda nao tinha sido. E desse dia mais importante foram surgindo pequenos outros dias mais importantes e a maioria deles, senão quase todos, envolviam você. Envolve. Envolverão.

Soube desde o início que não poderia te largar. Não queria te deixar dormir. Te queria pra mim, inteiro, pra sempre, sem espaços ou pausas. Te queria como se querem as coisas que sempre se quis, quase que obscessivamente. Te queria pra nunca mais largar. Pra não deixar partir, pra ser meu e todo meu. E cada pedaço que conheço de você quero inteiro, só pra mim. Quero seus beijos longos e perfeitos a encaixar com os meus para sempre, todos os dias. Quero o calor do seu corpo a me esquentar nos dias frios( e nos nao frios também). Quero seu abraço no meu abraço, a apertar forte para que sejamos um só. Quero minha mão no seu rosto, seu rosto no meu peito, meu peito no teu colo, estar no seu colo pra sempre, olhos nos olhos para que eu nunca te perca e para que possamos sempre olhar na mesma direção. Quero te ter assim, inteiro, do jeito que você é, cheio de defeitos e qualidades, menino real e palpável para que possamos viver juntos entre pirqueniques e coisas sérias, em brincadeiras de ver filme, em pequenas coisas de amar.

Te tenho na distância, em doses homeopáticas. Mas te amo em doses cavalares, dessas overdoses de você. Te amo de jeitos que não sei explicar mais, porque te amo até quando não gosto de você por uma razão ou outra. Dizem que amor é gostar inclusive das coisas que se irrita, pois gosto de você inclusive nos defeitos. Te amo quando te amo, e quando não te amo, amo mais. Porque percebo a força que é não conseguir não gostar de alguém. Sei hoje, mas sempre soube que não sei viver sem você. Vivo, e aqui estou sozinha, sentido a sua falta até doer nos ossos. A falta de você dói física, e até sobe uma dorzinha perto da garganta quando eu digo ' saudades.'

Vivo então das esperanças de você, porque sei que existes e olha, até me ama. Vivo de esperas curtas, para me contar toda pra você. Porque minhas conquistas importantes já não são tão importantes se não te forem compartilhadas. Vivo nas esperas médias, de te esperar chegar pra poder te abraçar e beijar e te ter perto, assim no alcance dos olhos e dos braços, de olhar pro lado e te ver, de andar e sentir sua mão na minha. Vivo de esperas longas de viver com você e só com você, pra termos então nossas coisas e nossa vida e pra poder te cuidar todo todo dia. Pra poder te ver ao acordar, ali, do lado. Pra poder te ter sempre e te ter perto. Meu, e meu. E ser sua e só sua pra todo o tempo que o viver aqui durar.

Hoje vivo de saudades crônicas e de amor grande. Não sei existir sem te amar. Te amar é grande. E dos dois fatos que me fazem ser, um não vive sem o outro. Eu existo e eu te amo. Assim, juntinho, inseparável. Te amo tanto que chega a ser bonito, não fosse triste, o jeito que já não sei nem dizer o que (não) sou quando não está comigo.


Á você, meu amor, namorado, amigo e parceiro, todo meu sentimento e todo e todo e todo e mais e sempre.

4.5.09

Pra você-mim.

( porque a ordem dos fatores nunca altera nada)

Tenho pensado muito naquilo que você me disse numa dessas conversas que a gente sempre tem. Tenho pensando muito nas coisas que eu te disse também, porque conversar com você é como conversar comigo mesma e acho que você sente mais ou menos da mesma forma. Nunca te olho nos olhos e estamos sempre tão tão distantes que já nem percebemos. Não sabemos existir de outra maneira e que assim seja. Para amizades não existirão nunca fronteiras ou limites. Sei perfeitamente que posso ficar um mês sem saber de ti, e quando voltares será exatamente como aquele domingo perdido em meados de 2006, quando nos encontramos sem querer. Sem querer porque assim foi, sempre quis te encontrar. Sempre. Só que não sabia. E agora que a tenho sei que o existir com você é mais completo. Já não sei mais ser eu que não seja sem você.

Em todo caso, tenho pensado muito. Não só nas coisas que você disse, mas principalmente naquelas que você me obriga a pensar. Você sabe e eu não preciso te dizer o quanto vivo confusa e impaciente, e o quanto nunca sei o que fazer da minha vida. Você não tem a receita pra me curar disso, porque se tivesse já tinha se curado também. Creio que não viveríamos padecendo do mal das incertezas e instisfações se não tivéssemos. Não temos vocação pro auto-fragelamento, é o que eu acho. Tenho pensado no que conversamos sobre amores e em tudo aquilo que a gente acredita que é e tem que ser. Você sempre me diz parafraseando a banda que eu não gosto muito ' pra eu não me preocupar, ter fé e ver coragem no amor'. Agora é você quem me diz isso. Sempre sempre diz que sim, existe, logo ali, ou não, alguém com quem a gente se sinta totalmente completo e perfeito. A gente sempre acreditou nisso. às vezes a gente trocava e quem te dizia que isso existia e estava logo ali adiante, um pouquinho pra frente na linha da vida era eu. A gente vive trocando de papéis. Eu gosto assim.

A gente continua acreditando que isso existe. A gente sempre vai acreditar. Sofremos do mal que não tem cura. Temos esperança. Um dia a gente morre disso. Mas morre feliz.

Lembro de ti também me dizendo que nós eramos diferentes. Vive tilintando na minha cabeça essa coisa toda de existirem mundos diferentes e de repente você simplesmente não ter feito e não poder fazer parte do mundo em que a outra pessoa vive, ou pertence. Eu sou tão interiorana que dói. Nunca admito, minha cidade tem meio milhão de pessoas. Mas sou. Gosto de chá com bolachas, de café, de cappucino. Gosto de primo rodando e correndo na mesa, gosto de colo, da família unida, das brigas ocasionais. Gosto de ficar em casa vendo tv. Passei minha adolescência toda revezando entre casa de amigos e shopping, a gente nunca teve vida noturna. Foi você que me disse, que a gente daqui nem tem acesso à essas coisas. Como é que a gente ia ser alternativa aos 15 anos? Não dava. Ainda bem que não deu.

Aí me dei conta que aprendi com você que onde a gente vive e com quem é quem forma quem a gente é. E não adianta tentar mudar, nçao adianta esperniar muito. A gente tem aquilo que chama de essencia. E são pessoas com as mesmas essências que nós que causarão em nós identificações imediatas e posteriores. Porque identificações imediatas são fáceis. Você é igualzinho milhares de pessoas nas superficialidades. Mas ser igual, conocrdar mesmo naquilo que importa, a gente conta nos dedos quantas pessoas são.

Te digo que com você tenho a identificação posterior maior e mais valiosa. Mas não estou falando disso, estou falando de você existir e me fazer pensar. Estou falando da nossa "origem humilde" ter nos feito parecidas, mesmo estando tão separadas. Estou falando da força que você me dá e de tudo que podemos enxergar juntas. Disse hoje pra alguém, que pra viver mil anos com alguém é preciso que os defeitos dessa pessoa não te irrite de forma que você não aguente. Os defeitos estão ali, você enxerga, mas deixa passar. Se pessoas assim existem? existem. Não estão por aí aos baldes, mas existem.

Na minha vida, uma delas é você. E eu nem comecei querendo falar de você. Comecei querendo falar disso que tenho pensado por sua causa porque você sempre me faz enxergar alguma coisa nova em cada conversa que a gente tem. Quis falar de mim, mas falar de mim é de certa forma falar de você. Das minhas poucas certezas, sei da minha identificação total com você e de nosso futuro de família interiorana e unida, com direito a cumadragem. Sei que em essencia somos isso, e é isso que esperamos. Eu espero também ser feliz, e te espero feliz. Eu te gosto, te cuido e me preocupo contigo. Assim como alguém se preocupa consigo mesmo. És parte de mim, Manuelli. Parte importante e indispensável. Parte que eu amo e à quem entrego os meus mais sinceros sentimentos de amizade e consideração e mais que isso, e mais, e tudo e um obrigada para completar.

des reencontros

"De você eu nem lembro nada, amor nem era. o que eu sentia por você era só a beleza do contraste dos olhos azuis tão lindos com meus olhos castanhos estranhos e sem jeito. eu nunca pensei, você já pensou a gente junto? eu pensava e despensava logo em seguida, porque eu queria era ter você aqui pra mim mais que como um troféu, umas águas-marinhas bonitas do meu lado, porque eu sempre fui uma pedra sem nome. o que eu lembro de você são 6.58, as coisas que eu estraguei sem querer e mais uns vários copos de coca na escada, enquanto você aparecia sem eu perceber, assim com a gente acabou: despercebido."

E aí a gente desapercebidamente encontra de novo, na hora do almoço na segunda feira neblinenta de Londrina e continua assim, despercebido. Pra nunca nunca nunca mais.

3.5.09

uma vida, com açucar, por favor.

Agencio milhares de contas, senhas, dias. Tenho milhares de horários a cumprir. Quase nunca consigo, sempre atraso. Tenho recados pra responder, pessoas pra ligar, trabalhos pra entregar, coisas para me preocupar. Tenho afazeres, discos que não ouvi e livros que não li. Tenho a vida de outras pessoas pra me preocupar, todo dia todo dia todo dia. Tenho que lembrar de datas, aniverários. Tenho que lembrar de não esquecer de dizer pras pessoas o quanto eu as amo, me preocupo, estou ali. Preciso me gerenciar amiga, escritora, designer, filha, namorada, companheira, confidente, cumadre, prima, sobrinha, neta. Tenho que esquecer as saudades, o sono,a vontade, a fome, o frio, a chuva. Tenho que me vestir do que eu não sou. Me preocupar com aparências, com convenções. Tenho que dar bom dia, comprar meu café, não gastar tanto telefone, estar na internet as dez e meia. Tenho prazos pra seguir, sujeira, bagunça, meu quarto. Tenho minhas roupas pra lavar, hora marcada no dentista, aulas de canto pra começar. Tenho que ter tempo, tempo, tempo. Não tenho mais tempo, nenhum, nehum, nenhum. Tenho que sair na chuva, no mau humor. Tenho que dar oi por educação, socializar, antender telefone, conversar. Tenho que cuidar de mim, e de você, e de nós e dele. Tenho que estar aqui, e ali, e em qualquer lugar. Tenho tenho tenho. Coisas fatos obrigações. Preciso.

Quero uma vida só pra mim.

1.5.09

para guardar em caixinhas.

eu nunca fui sua, mas você ainda é meu. Queria te guardar numa dessas caixinhas e abrir de vez em quando pra você me fazer rir com essa brincadeira de ser prepotente, pequeno gênio incompreendido. Nunca fomos. Não chegamos a. desisti, saí correndo, copos pelo chão e você nem precisou de explicações. Acordo mútuo entre bons amigos que sempre fomos, antes mesmo de querermos um dia, quem saber - ser. ser aquilo, bonito, duas pessoas solteiras, dois traumas passados, um novo-amor-quem-sabe-ele-é-tão-legal. um-novo-amor-quem-sabe-ela-é-tão-divertida. Te quero longe e muito perto. Minha dualidade necessária, garoto-problema predileto, aquele que eu adoro ignorar entre piadas em graça, coisas que são só suas e gostos que são só nossos. Criança grande, sonhador perdido, abraço alto, pra eu por um dia que seja me sentir quase pequenina. Adoro suas risadas altas, daquele jeito. adoro a sua total falta de jeito e a não cordialidade quase que ensaiada que vive flertando comigo. quase finjo ignorar sua mania de estar assim, como se sempre estivesse e tudo fosse seu. te gosto tanto tanto tanto e tantos tanto quiseres. te cuido. te guardo. me preocupo mais do que deveria e adoro. me fazes sorrir. tu talvez nunca mais seja meu. mas ainda seremos nós. amigos totais e fiéis.