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4.5.09

Pra você-mim.

( porque a ordem dos fatores nunca altera nada)

Tenho pensado muito naquilo que você me disse numa dessas conversas que a gente sempre tem. Tenho pensando muito nas coisas que eu te disse também, porque conversar com você é como conversar comigo mesma e acho que você sente mais ou menos da mesma forma. Nunca te olho nos olhos e estamos sempre tão tão distantes que já nem percebemos. Não sabemos existir de outra maneira e que assim seja. Para amizades não existirão nunca fronteiras ou limites. Sei perfeitamente que posso ficar um mês sem saber de ti, e quando voltares será exatamente como aquele domingo perdido em meados de 2006, quando nos encontramos sem querer. Sem querer porque assim foi, sempre quis te encontrar. Sempre. Só que não sabia. E agora que a tenho sei que o existir com você é mais completo. Já não sei mais ser eu que não seja sem você.

Em todo caso, tenho pensado muito. Não só nas coisas que você disse, mas principalmente naquelas que você me obriga a pensar. Você sabe e eu não preciso te dizer o quanto vivo confusa e impaciente, e o quanto nunca sei o que fazer da minha vida. Você não tem a receita pra me curar disso, porque se tivesse já tinha se curado também. Creio que não viveríamos padecendo do mal das incertezas e instisfações se não tivéssemos. Não temos vocação pro auto-fragelamento, é o que eu acho. Tenho pensado no que conversamos sobre amores e em tudo aquilo que a gente acredita que é e tem que ser. Você sempre me diz parafraseando a banda que eu não gosto muito ' pra eu não me preocupar, ter fé e ver coragem no amor'. Agora é você quem me diz isso. Sempre sempre diz que sim, existe, logo ali, ou não, alguém com quem a gente se sinta totalmente completo e perfeito. A gente sempre acreditou nisso. às vezes a gente trocava e quem te dizia que isso existia e estava logo ali adiante, um pouquinho pra frente na linha da vida era eu. A gente vive trocando de papéis. Eu gosto assim.

A gente continua acreditando que isso existe. A gente sempre vai acreditar. Sofremos do mal que não tem cura. Temos esperança. Um dia a gente morre disso. Mas morre feliz.

Lembro de ti também me dizendo que nós eramos diferentes. Vive tilintando na minha cabeça essa coisa toda de existirem mundos diferentes e de repente você simplesmente não ter feito e não poder fazer parte do mundo em que a outra pessoa vive, ou pertence. Eu sou tão interiorana que dói. Nunca admito, minha cidade tem meio milhão de pessoas. Mas sou. Gosto de chá com bolachas, de café, de cappucino. Gosto de primo rodando e correndo na mesa, gosto de colo, da família unida, das brigas ocasionais. Gosto de ficar em casa vendo tv. Passei minha adolescência toda revezando entre casa de amigos e shopping, a gente nunca teve vida noturna. Foi você que me disse, que a gente daqui nem tem acesso à essas coisas. Como é que a gente ia ser alternativa aos 15 anos? Não dava. Ainda bem que não deu.

Aí me dei conta que aprendi com você que onde a gente vive e com quem é quem forma quem a gente é. E não adianta tentar mudar, nçao adianta esperniar muito. A gente tem aquilo que chama de essencia. E são pessoas com as mesmas essências que nós que causarão em nós identificações imediatas e posteriores. Porque identificações imediatas são fáceis. Você é igualzinho milhares de pessoas nas superficialidades. Mas ser igual, conocrdar mesmo naquilo que importa, a gente conta nos dedos quantas pessoas são.

Te digo que com você tenho a identificação posterior maior e mais valiosa. Mas não estou falando disso, estou falando de você existir e me fazer pensar. Estou falando da nossa "origem humilde" ter nos feito parecidas, mesmo estando tão separadas. Estou falando da força que você me dá e de tudo que podemos enxergar juntas. Disse hoje pra alguém, que pra viver mil anos com alguém é preciso que os defeitos dessa pessoa não te irrite de forma que você não aguente. Os defeitos estão ali, você enxerga, mas deixa passar. Se pessoas assim existem? existem. Não estão por aí aos baldes, mas existem.

Na minha vida, uma delas é você. E eu nem comecei querendo falar de você. Comecei querendo falar disso que tenho pensado por sua causa porque você sempre me faz enxergar alguma coisa nova em cada conversa que a gente tem. Quis falar de mim, mas falar de mim é de certa forma falar de você. Das minhas poucas certezas, sei da minha identificação total com você e de nosso futuro de família interiorana e unida, com direito a cumadragem. Sei que em essencia somos isso, e é isso que esperamos. Eu espero também ser feliz, e te espero feliz. Eu te gosto, te cuido e me preocupo contigo. Assim como alguém se preocupa consigo mesmo. És parte de mim, Manuelli. Parte importante e indispensável. Parte que eu amo e à quem entrego os meus mais sinceros sentimentos de amizade e consideração e mais que isso, e mais, e tudo e um obrigada para completar.

3 comentários:

Felipe Cazale disse...

Li duas vezes, até. Acredita?

Anônimo disse...

Poxa... até comecei a tremer quando o texto foi fazendo todo o sentido pra mim. Perceber - porque você não me avisou sobre nenhum post, sabendo que eu viria aqui mais cedo ou mais tarde, SAFADINHA! opsakosap - que isso tudo (sim, I S S O T U D O!) é pra mim, é sobre mim, é sobre nós... eu nem tenho palavras, porque tudo é tão recíproco entre nós que até pra falar sobre isso eu acho que seriam as mesmas palavras a saltar dos dedos. Ai, Laribéts... não vejo a hora de podermos estar mais perto. As tardes - com bolachas e chá interiorano - fariam muito, muito mais sentido. As madrugadas seriam curtas... a vida seria pouca pra tudo o que compartilharíamos. Aliás, já é pouco pro que compartilhamos agora, imagine perto-pertíssimo! Te levo sempre no coração-jamelão-bobão. O coração que é seu-meu-nosso porque somos quase que uma só. :*** Amo verdadeira e completamente.

Anônimo disse...

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