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30.8.09

Tua verdade fazendo escola

(tua ausência fazendo silêncio em todo lugar)

você me faz assim, personagem de novela das seis, idiota idiota idiota. Esperando na janela por alguém que nunca vem e me entregando inteira sem nem perceber.estou me sentindo tanto uma pessoa de quinze anos transparente que quase sinto vergonha de mim. você me faz não querer mais ser nada, enquanto eu ainda quero ser tudo isso. sofro de dualidades crônicas e dizem que amar é sempre estar na corda bamba dos sentimentos, o tempo todo. linha tênue é o que eu sou e aí me vês toda brilhante e sincera de um bom humor que ensaiei só pra te fazer sorrir. você me dói, me dó no corpo e na alma e em todos os meus ossos. e de repente eu sei que faria o mundo se fosse pra te fazer sorrir de perto o tempo todo, porque já gosto mais de ti sorrindo do que de mim estando feliz. viveria a minha toda comprando todas as coisas do mundo e te escrevendo todas as poesias bonitas se isso te fizesse bem. sei de seus gostos tanto quanto sei dos meus e me é doentio o você existir comigo. máximas ridículas hoje me cabem e eu daria a minha vida pela sua vida e viveria pela sua vida, sem nem me dar conta. és a minha parte mais bonita, porque és parte de mim desde que te conheci, e continua sendo. você libera o melhor que há em mim e toda a minha sede de ser uma pessoa melhor e todos os meus talentos adquiridos foram de certa forma por sua causa. És a melhor parte de mim, porque é por você que as minhas mãos escrevem e que os meus olhos enxergam fotografias em todo canto. inventaria todos os novos pratos do universo se eles te fizessem feliz. já é por ti que meus olhos assistem filmes e são contigo os momentos que eu não quero me matar, nem um tico que seja. as horas contigo passam rápido e por ti daria todas as minhas madrugadas conversantes, wide awake. mudastes meu gosto, meu tom, minha maneira de ver certas coisas. sou radiante perto de ti, de uma mudança percebida a olhos vistos. és meu garoto de sorriso cativante, pretensões estranhas e é por ti que odeio existir as vezes. porque sou descontrolada e irracionalizada. gosto de ti pelo que és e pelo que representas pra mim. pareço contigo porque quero, sem esforços. e se um dia precisar não estar contigo para te ver feliz, o farei. minha felicidade é você estar feliz, e me dói dizer que por você eu me rebaixaria a ser triste. minha prioridade tem nome, hoje é você. E te enxergo de ciúmes cegos e te quero pra mim, guardado na minha caixinha, porque com você eu sou uma pessoa melhor, com você eu sou viva, sou completa de sorriso solto e fácil. Dualizas-me, me mata de raiva, eu prefereria não gostar nem um tiquinho que fosse de ti, mas eu te amo. Pelo que você é, por tudo o que você é e talvez também porque eu já saiba que sou de um jeito que só sei existir completa, bonita, perfeita, e feliz quando estou com você e por você.

Te adoro porque me fazes ser todo sentimento de um jeito que me faltam as palavras. e embaralham-se. e tiro meus pés do chão. te amo porque me fazes amar tudo o que odeio e odiar tudo que amo, tudo ao mesmo tempo. te amo porque despertas o melhor e já és a melhor parte de mim. pedaço enjaulado, ateado, eterno, doente. imortal.


(só enquanto eu respirar vou me lembrar de você)

E nesses dias tão estranhos

(fica a poeira se escondendo pelos cantos)

Já não sei mais escrever com música. Os meus vinte anos de boy, that's over baby. Parece estranho sentir um peso ancestral depois de duas décadas, mas hoje sinto que preciso do silêncio. Porque o silêncio me dói. E eu ainda só sei escrever com dor, o que é um clichê dos piores. Minha mãe diria que eu estou sempre usando a palavra "clichê" e então, se um dia ela me pegasse um pouco mais espirituosa eu diria que só se fala daquilo que se é, e eu sou um clichezão enorme. Hoje é o ultimo dia do mês e o começo de uma nova, daquelas bem velhas etapas. Eu nunca deixei de ser a garota de dois anos atrás e de certa forma isso me enjoa um pouco. Todo mundo quer evoluir, ser diferente e eu só me sinto um pouco mais perdida.

Antes "acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto" me cabia bem, mas hoje é um leque tão grande de possibilidades que não virão a ser que eu acho que eu nem sei do que eu não gosto. Estou acostumada, indiscutivelmente acostumada às coisas que faço e também às que deixo de fazer. João Ubaldo diria que " a gente se acostuma a tudo" e eu, relutante demorei a acreditar nisso, mas hoje acredito que sim. Não paro pra pensar na minha vida faz algum tempo e tento me ocupar com mil e uma babaquices só para preencher o tempo e ter algum assunto. E aí quem me vê acha que eu vi mil e um filmes e conheço várias bandas e leio muitos livros, mas eu só sou uma farsa bem arranjada com alguma pitada de bom humor. Ultimamente não estou dando nem pra escrever e sinto um sono que eu não posso nem explicar.

Hoje pensei muito sobre felicidade, sobre realizações. Gosto de ver as pessoas perto de mim um pouco felizes, bastante felizes, realizadas. Nunca fui assim e nem posso te dizer que um dia o seja. A falta de alguma coisa parece fazer tanto parte de mim que se um dia eu resumir que estou feliz e só eu não serei mais eu. Claro que isso é uma das bobagens sem tamanho que a gente diz quando sabe que ser feliz há algum tempo não é uma opção. Ou desde sempre. Pessoas infelizes gostam de dizer que são mais produtivas desse modo e assim o fazem, e aí se tornam pessoas interessantes porque gente que não sabe o que fazer tem um ar de mistério que sempre é de alguma forma, interessante. Mas ar de mistério às vezes é só tristeza e solidão e depois de quase duas décadas fica desinteressantíssimo ser uma pessoa com a qual nem você mesmo gosta de conviver pacificamente.

E então, olhando para os lados vi umas duas pessoas que se diziam completamente felizes e senti uma certa inveja, porque eu de alguma forma não sou feliz. Alguma música do chico termina assim, bem com esse verso ' não fui feliz'. E eu sempre posso ficar dizendo e repetindo isso no fim de qualquer coisa, que eu ainda não fui feliz. E é a mais pura verdade. Ando assim, cheia de dias estranhos, e se paro pra pensar há uma tristeza que me invade me lembrando das vinte e sete coisas que eu preferia esquecer. Queria esquecer de muitas coisas, porque tenho todas as ferramentas para ser uma pessoa feliz, mas não consigo usá-las para tal. Existem pessoas que não aproveitam a própria sorte e disperdiçam sua fortuna. Eu tento todos os dias desde que nasci não disperdiçar a minha fortuna, mas sou muito desconfiada e depois de achar que não tenho fortuna nenhuma e largo tudo pra trás, do jeito que sempre foi. Não gosto de ficar sozinha, mas me acostumo assim se preciso for.

Sofro de síndrome da insatisfação crônica e tenho quase certeza que nada nunca estará bom pra mim. Mas depois de duas décadas se instaura em ti um medo, e é ele quem me acompanha todos os dias. Com vinte anos já é hora de ter sua vida mais ou menos arranjada e desarranjar ela de uma hora pra outra pode ser coisa pra se arrepender para todo o resto dela. Hoje tenho medo de tudo que me desarranje e vivo então um dia depois do outro e depois do outro e depois do outro. Já não tenho certeza de nada e os dias nem doem nem alegram, só são. de tristezas e alegrias ocasionais todo mundo vive, inclusive eu. E eu tenho vinte anos, sou morena, viceral e ainda não fui feliz.

20.8.09

Os dias tem cheiro de coisa úmida.

( e faz frio aqui dentro).

Londrina passa lá fora, cinza cinza e úmida. Sentirás então falta daquilo que nunca gostastes de viver? E então pensa que não sabes responder, porque de fato nunca soube responder com certeza - palavra que trás em si requintes de crueldade - coisa alguma. É uma vida nova depois de uma vida toda em um universo paralelo, e as férias eternas já não tem nem graça nem desgraça. Já não carregam nada em si. Acostuma-se a tudo, e não há verdade mais triste e certeira do que essa. E acostuma-se então a viver longe da vida que não gostavas de ter, mas sabe que se acostumará a viver a tal vida de novo, mesmo que doa um tico.

"Todo mundo sempre dói um tico. Tem de doer." Pensa. E aí sabe que em seu universo estranho todo mundo sente dor, porque pensas que é impossível a existência sem dor. O simples fato de estar vivo é de uma imensidão e de uma crueldade tão grande que não há como não doer. "Dôo. Eu dôo o tempo todo", reflete. Porque não consegue se lembrar de um dia nenhum, em mês ou ano qualquer que não tivesse doído. E como todas as dores, pode-se acostumar-se com elas, e depois de um tempo nem mais senti-las, mas elas permanecerão ali. E um dia, acordarás e sentirás latente a dor que sempre existiu em ti.

Ultimamente os dias tem se passado letárgicos. Não para de fazer frio um minuto que seja, e frio, calor, chuva, não fazem muita diferença quando sair de casa não é uma coisa que de fato anime. Chover é só mais uma jutificativa para o fato de não querer sair. Mas justifica-se então dizendo que não se pode sair, porque ninguém em perfeito estado de juízo gosta de ficar úmido. Chuva estraga os cabelos e faz os pés congelarem. Chuva faz com que as pessoas que não precisam sair de casa permaneçam dentro dela. E faz mais de mês desde que precisou sair de casa.

"As pessoas sobrevivem às coisas que não gostam." Parecia uma frase bem arranjada para o momento de incertezas em que estava vivendo, porque sobreviver era a palavra exata pro que precisará fazer por algum tempo. "É assim que as pessoas fazem quando não conseguem amar nada, sobrevivem." E isso lhe pareceu mais bem arranjado ainda, porque de fato não amava qualquer coisa que fosse. E lhe restava então a grande função de sobreviver entre o exército de milhares de pessoas que ainda não encontraram o que amar. Existem pessoas que desde cedo sabem bem que nasceram com uma vocação. Existem pessoas que nunca souberam exatamente o que vocação significava, então preferiram deixar pra lá. Ela fez assim. E então criança seria escritora e depois seria arquiteta, depois decoradora de interiores e depois fotógrafa, e depois jornalista e depois escritora de novo e decidiu optar por design gráfico, que nem tinha entrado na lista.

"A grande coisa que existe sobre quando você não sabe o que fazer é que teoricamente você pode fazer qualquer coisa." Teoricamente era a chave de tudo, porque faz alguns meses que pode ser tanta coisa que decidiu então deixar de escolher. Mas hora ou outra lembra que quando a gente não faz as nossas escolhas elas acabam se fazendo pela gente e sempre lhe pareceu deprimente aquelas pessoas que estão em algum lugar sem saber como chegaram ali. Embora essa seja a história da sua vida há exatos vinte anos, sabe que não pretende ser assim daqui dez. "pessoas que não sabem o que fazer sempre soam bonitas, mas só são confusas". E assim afirmava porque tinha convivido com isso sua vida toda. Sempre esteve tão perdida que se soava bonita. Pessoas sem metas parecem livres, mas na verdade são mais presas do que todas as outras, porque não saem do lugar.

Em meio a reclusão social e a chuva, se obriga a pensar no futuro, depois desobriga. Sabe que existe um universo de possibilidades inexploradas, mas que o curso de sua vida seguirá linear enquanto timidamente vai se acostumando. Sente vontade de vomitar de vez em quando, ou quase sempre quando alguém lhe indaga sobre o futuro. "eu duvido realmente que alguém tenha certeza do que quer para o futuro. Sendo assim, elas deviam parar de cobrar isso das outras pessoas", pensava. Não sabe o que vai fazer, porque de fato duvida que exista talento para alguma coisa. Toda vez que começa algo logo percebe que não leva tanto jeito quanto imaginava pra aquilo e que a vida real pode ser muito mais cruel do que se imagina ainda. Desde então, preferiu nem começar que é para não se frustar um pouco mais e depois descobrir que suas trinta e sete possibilidades terminaram em possibilidade alguma e então se descobre um fracasso, embora no fundo acredita que seja isso mesmo.

Para deixar de pensar então se tranca em casa, esquecendo a lista de coisas que prometeu tentar depois de uma conversa. Uma lista de possibilidades se tranca na gaveta enquanto se convence que não pode fazer nada, pelo menos não agora, porque está chovendo e não gosta de seus pés úmidos. No fundo, ou nem tão no fundo assim, sabe que a sua vida está mesmo atrelada ao "escritora" que vai e volta na sua lista de possibilidades. Porque sabe que a sua vida é escrita como páginas de um texto que almeja ser um livro, mas que todo mundo sabe - inclusive e principalmente ela - que nunca será coisa alguma.

4.8.09

O que está acontecendo?

( o mundo está ao contrário e ninguém reparou; ou desabafo)

"It's a mad, mad world", gary jules diria cantado no final de donnie darko enquanto você se dá conta dos universos paralelos. Universo paralelo, prazer, é de onde estou observando de leve o mundo em que me encontro. Ou todo mundo enlouqueceu, ou sou eu que tenho problemas com me adaptar a realidade. Não sabendo a resposta certa, eu digo que talvez seja tudo uma louca questão de ponto de vista e que no fim não faça diferença nenhuma o que eu acho, ou deixo de achar, mas eu só preciso dizer que eu já não sei mais o que estamos fazendo de nós.

Então me dizes que acabaram todas as fronteiras e que podes se comunicar rápido como um foguete com qualquer pessoa em qualquer lugar do universo. E achas graça, porque agora seu universo é grande e extenso, mas não cabes dentro de si. Trocas então qualquer conversa por telefone por seu computador e esqueces que pode chamar alguém para tomar um café, porque então te lembras que vives sozinho e faz algum tempo que ninguém frequenta a sua casa. Tentas então as teclas, procurando algum amigo, e ele até te ouve, mas sabes que tentas em vão porque no fundo (sem saber) sabe que letras coloridas não substituem olhares compreensivos, mas nem te lembras mais como eram, então cala-te e dorme, porque não tens tempo para pensar bobagens.

Não te lembras quantos amigos já perdestes, mas lembra-te de às vezes, mandar algum recado diznedo que está com saudades, que a outra pessoa responderá dizendo que também está e que poderiam se ver, sabendo que não se verão nunca mais. Ambos possuem outras vidas agora e não tem tempo de se desvencilharem das mesmas para correr atrás do passado. Passado aliás é uma palavra muito malvista. Dizes passado, lembram-se de velho e ninguém mais gosta do velho. Gosta-se de futuro, de novo, de presente. Gosta-se do que está aqui e agora. Do rápido, do prático, do enlatado.

Então já não sabes mais se compra a blusa que viu na loja para a sua esposa ou para sua filha, afinal se vestem ambas tão parecidas e nem sabes mais quem tem mais fotos na internet ou entende mais de computadores. E vê em todas as revistas milhares de pessoas dizendo em vinte e cinco formas diferentes de se manter mais jovem junto com as trinta e sete maneiras de parecer mais magra e só sabes que pensam muito em aparência e em parecer, mas já está tão acostumado que nem ligas.

Se perde no meio da loucura de aproveitar o presente e então nem te lembras mais que também é uma opção ficares em casa, sozinho, repensando suas idéias. Te lembras que parar é perder tempo, então faz. Então buscas. Então tens. Tens dinheiro, diversão, festas e tudo isso que trás a felicidade. Estás jovem e ativo e assim sempre estará, e permanecerá e se isso não for possível, ao menos parecerá. Então tentas a todo custo se manter em trinta e sete cirurgias plásticas e visitas semanais à academia. Já estreiou a boate da moda, entendes completamente tudo e todos e te livrastes dos preconceitos. Acreditas em sexo casual, e buscas experimentar pois experimentar é o único jeito de saber. Não paras mais. Estas sempre em algum lugar, estás sempre em busca da felicidade que está sempre um passo a frente de você, mas sabe que um dia irá alcançá-la. Estás atrás da juventude que um dia sabes que perderás, mas não te importa, pois seu espírito é jovem e não envelhecerá jamais.

Então corres, tresloucado para nunca parecer ultrapassado, e se livras do passado, e de repente, olha, serás moderno. E nasces como um robô belamente programado para não parar, não envelhecer e ser feliz. E para ser feliz não há limites. Então bebes, e e sai, e ri e conhece quantas pessoas quanto puderes e te envolve com quantas pessoas quanto puderes e largas quantas pessoas quanto puderes para sempre ter todas as pessoas que quiseres, sem se dar conta que nunca nunca tens ninguém. E te sentes pertencido porque todos os outros são como você. Bonitos, e jovens, sempre sempre jovens.

Eis que sem perceberes perdeste a vida. E perdeste, que ironia, tentando ser feliz. E envelheceu enquanto tentava ser jovem. E foi ridículo enquanto se sentia totalmente pertencido. Agora olhas pro lado e vê, vê aquele alguém que sempre julgaste fora dos padrões e louco. Vês teu amigo que dizias feio pois assumiste as rugas. Vês teu amigo que dizias perder tempo, pois passavas muito tempo contemplando. Vês teu amigo a quem dizias que estava deixando a vida passar por entre os dedos, sem aproveitar. Vês teu amigo que sempre achou bobo, pois um dia se envolveu demais com alguém, e com uma só pessoa decidiste ficar. Vês seu amigo que tinha tempo para os filhos, e que resolveu assumi-se pai, e não companheiro de balada. Que resolveu tomar seu tempo, fazendo as coisas que julgava de seu tempo. Vês seu amigo a quem julgavas velho, antiquado, a quem dizia não saber se adequar as mudanças do mundo atual. Vês seu amigo que tomou tempo para ler, para caminhar, que não ganhou tanto dinheiro e teve tempo para a família. Vês seu amigo que um dia sossegou, e não tenho uma vida cheia de luxos, teve conforto o suficiente para curtir a palavra que detestavas, a velhice.

Vês teu amigo pleno, e de rugas no rosto, sentado numa cadeira na varanda e pensas em perguntar como vai levando a vida. Pensas em perguntar mas desistes, porque enxergas no rosto do amigo aquilo que passou a vida inteira procurando, mas não encontrou. A palavra mágica, o elixir da juventude, da boa saúde, da vida plena. Aquilo que não se encontra com vinte e cinco jeitos práricos, com mil noites ou com fórmulas magicas de juventude eterna. Encontras no rosto de teu amigo aquilo que sempre julgastes ter a fórmula mágica para conseguir e aquilo que julgou a vida toda estar tendo, mas nunca soube como era. Encontras no rosto do teu amigo, hoje velho, mas de essência viva, a mesma de muito e muitos anos atrás, aquilo que estão todos loucos procurando enquanto colocam os pés pelas mãos: a felicidade.

E então entendes que tudo que ficastes velho buscando a juventude, perdestes tempo tentando aproveitar a vida e principalmente, ficastes sozinho, tentando ser feliz. E então choras a te olhar no espelho, desfigurado por seres aquilo que não és mais, sente-se ridículo, e pensas em querer voltar tudo e pensas em querer começar de novo e pela primeira vez se encontra com o único mal irremediável: O tempo que não volta mais. E choras, não foi feliz. E então te perguntas "até quando continuaremos assim?" e ficas, porque (não sabes que) sabes que ninguém te responderá. Não sabem a resposta. Continuarão. Eterno-retorno-Eterno de busca sem fim.