(and no singalong)
- e qual é o sentido nisso tudo?
- nisso o que?
- nisso. Eu e você
- era pra existir um sentido?
- deveria. ou sou eu, eu sempre tento achar um sentido nas coisas.
- não existe.
- talvez não exista.
- não é talvez. não existe. existe a improbabilidade de acontecer as coisas que aconteceram e foi isso que fez a gente ser isso, eu e você.
- pra você a gente é alguma coisa?
- não sei. pra você?
- hoje qualquer coisa pra mim seria capaz de ser alguma coisa.
- até eu?
- inclusive. você já é.
- e qual é o sentido?
- não existe sentido. se existisse, você não seria nada.
- por que?
- porque eu descobri hoje que eu sei que você vai me deixar. exatamente do jeito que me encontrou.
- é isso que você acha?
- eu tenho certeza. eu fui uma improbabilidade. eu existo porque em você existe uma série de fatores que permite que hoje eu seja eu e você seja você e exista um quase-nós. depois, não vai existir nada.
- eu não sei se vai ser assim.
- é porque agora você se sente sentimental o suficiente pra me amar.
- e depois?
- depois você vai me esquecer.
- e você?
- eu vou saber que você foi fruto da minha improbabilidade. desses fatores de existência que incluem na vida da gente que qualquer pessoa que aparece pode preencher os vazios todos que existem e mesmo que ela não caiba nos vazios por aquele momento a gente faz caber. e parece que preenche.
- eu preencho os seus vazios?
- por enquanto sim.
- e depois?
- depois é você que não vai deixar mais eu preenchê-los com você.
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