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8.4.11

De novo, aquela palavra.

E passam-se três anos desde. E vê-se sentindo da mesma maneira. Só que diferente. Percebe então que não está sentindo-se ainda da mesma maneira, e sim que se sente de novo da mesma maneira. Dessa vez sem filme, sem sacada, sem livro. Sem olhos e sem encontro. Coisa que acontece no meio de novos marços, entrando novos abris, que fazem nascer outras coisas. Mas o sentimento é o mesmo. Há três anos atrás não sabia o que isso significava. Hoje sabe que essa coisa arrebatadora e ridícula atende por um nome. Nome que prefere guardar. Melhor não dizer que a palavra quebra. É cheio de quebrar essa tal palavra. É cheio de fazer doer quando se sente. Há três anos atrás não sabia no que ia dar isso tudo. Hoje já deu, já acabou, foi-se. Depois de três anos ainda não sabe o que a coisa nova vai dar. Pode nem começar. Pode não dar em nada, mas não sabe. Desligaria com um simples apertar de botão, se pudesse. Mas sabe que não vai. A tal palavra ainda não dita não é coisa de botão. É coisa de sentir. A gente desliga e ela continua pulsando. A gente tenta ligar e ela não funciona. É que essa tal coisa não aceita estímulo, nem mandinga, nem simpatia. É que às vezes a vida dá de fazer nascer na gente coisas nos lugares em que a gente não imagina que possa. Nasce um dia, como se nasce uma flor. Vida nascendo no sertão. Improvável como flor nascendo na pedra. Um jardim inteiro brotando numa pedra. Florescendo. Ainda os brotos. Não se sabe se darão flores. Talvez morram antes, onde já se viu flor nascer na pedra? Mas nasceu. O sentimento. Aquela palavra.

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