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14.4.10

Engenheiros explica.

"Eu me lembro muito bem, como se fosse amanhã,
O sol nascendo sem saber o que iria iluminar.
Eu abri meu coração como se fosse um motor
E na hora de voltar sobravam peças pelo chão

Mesmo assim eu fui à luta... eu quis pagar pra ver

Onde estavam as armas químicas? O que diziam os poemas?

Afinal de contas o que nos trouxe até aqui?
Medo ou coragem? Talvez nenhum dos dois
Sopra o vento, um carro passa pela praça
E já foi... já foi

Por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver."
(Engenheiros do Hawaii in armas químicas e poemas)

( minha ex história de cinema, humberto gessinger explica. Abre-se o coração como um motor, que no fim se desmazela em partes que ficam pelo chão, perdidas. Coisas de quem vai a luta, de quem decide pagar pra ver e no fim, nenhuma arma química destruiu nada e nenhum poema dizia nada além do que dizem os poemas normalmente - o poeta é um fingi-dor finge a dor que deveras sente, fernando - nem medo, nem coragem. Nenhum dois dois. Enquanto o vento sopra, um carro (ou uns carros) passam pela minha sacada e tudo que eu consigo pensar - com alguma paz vinda sei lá daonde, mas graças a ela - é que já foi. E por acaso - e só por acaso - eu fui a luta, e eu quis pagar pra ver )

O que só eu escrevia e não sabia nem sentir, hoje, engenheiros explica. Sem descuido ou poesia. Cru, e que assim seja.

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