e pra te ser bem sincera, eu só queria um jeito de ser feliz.
um jeito, uma maneira, uma receita. um dia no calendário, nas minhas horas corridas, nos meus dias cinzas e sem cor, nesse pleonasmo que é ser eu e não ser feliz.
eu queria, por um minuto olhar no espelho e ver alguém que diga as coisas que espera dizer e que não sinta esse desconforto enorme.
eu já não aguento mais acordar todos os dias com sono, com desgosto, com a vontade de sumir entre catracas de ônibus e gente que eu nunca vi o rosto e nunca mais verei. uma vida normal, uma garota-estudante no alto dos seus dezenove anos, tanta vida por aí e coisas e coisas e coisas.
ora, por favor. é um vazio.
e quando se diz vazio é mais que um espaço em branco, é uma coisa que não se preenche. qualquer coisa... exoterismo, religião, passear de mãos dadas, gritar, vinho barato no meio fio, auto conhecimento, livro de auto ajuda, paulo coelho, chocolate, madrugada, qualquer coisa que me faça sentir viva.
o vento nos cabelos, o brilho nos olhos. a simples vontade de passar um dia sem querer sumir com todo mundo. simples simples simples simples.
eu só queria um jeito, um dia, um momento, uma pessoa, um segundo e um instante
um modo para ser feliz o bastante.
mas tudo me faz acreditar que estou pedindo demais.
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