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16.5.08

Lies.

"Everytime I try to talk to youI get tongue-tied.
Turns out that everything I say to you, comes out wrong and never comes out right..."

É uma noite de nostalgias e presentes. passado e momentos. certezas e dúvidas. é uma noite cheia de paradoxos em que a uma da manhã eu resolvo escutar o oasis sem saber e entrar em catárse. em catárse de todas as coisas que podiam ser e não foram. de todas as coisas que deveriam ter sido e assim aconteceram.

encontro com meu passado, encontro comigo mesma. encontro com o mais expôntaneo de mim. minha parte que chora e ri sem pudor nenhum. a parte de mim que morria de amores e fazia besteiras. a parte de mim que não tinha crescido nem endurecido como isso que a gente vê agora. a parte de mim não intelectualizada que ri demais e alto. a parte de mim que não se importava muito com o que os outros pensavam ou deixavam de pensar. a parte de mim que era, e não existia.

hoje eu vivo embaixo de um monte de camadas. você olha pra mim e provavelmente vê um monte de coisas que eu sou. a imagem de uma menina decidida. a imagem de uma menina absurdamente inteligente. a imagem de uma menina independente. isso são só imagens, farsas, pequenas mentiras. a pessoa que eu deveria ser está muito perdida em algum lugar que mesmo que meus braços fossem enormes eu não consegueria puxar de volta. eu não sei nem quando, nem como mas eu virei uma mentira.

uma mentira. um pedaço de carne, um pedaço de pedra. eu vou empurrando as coisas com a barriga e tenho muito medo de falar o que realmente importa. tenho medo de tocar em assuntos que podem sucitar feridas, tenho medo de decisões sérias. tenho medo do que sinto e tenho medo do que não sinto também. escondo o que posso vir a sentir. me mostro atrás de uma carapaça dura e impenetrável. eu pareço distante. eu pareço só observar mas eu sinto.

sinto pungentemente como se sentem as coisas mais duras e simples. eu caio como todo mundo cai e me machuco tão facilmente quanto. eu espero alguem com os braços abertos pra me pegar depois da queda e um ombro pra encostar no cansaço. eu espero por alguem que me pergunte se eu não quero um café. eu espero abraços em dias frios, mãos grudadas, conversas que valham a tarde e besteiras como todo mundo.

eu não sou nem tão forte, nem tão fria e nem tão decidida quanto pareço ser.
eu só sou uma pessoa que se perdeu em aparências idiotas e não admissões das coisas importantes.

eu aprendi a só falar do que não importa.
Mas é reversível.

Você ainda pode tentar me conhecer. E eu ainda posso tentar não demonstrar um falso desprezo a esconder os meus melhores sentimentos de apreço e preocupação. tentando não usar meus insultos enquanto, na verdade tento desesperadamente mostrar o quanto eu te considero na minha vida.

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