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3.1.12

Valsa para Nina e José.


"- Nina anseia por me conhecer em breve, me levar pra noite de Moscou. Sempre que essa valsa toca, fecho os olhos, bebo alguma Vodka. E vou."
(Nina - Chico Buarque)

Era difícil mensurar o tamanho de cada estrago feito a cada vez que um novo encontro acontecia, mas fato é que alguma coisa sempre muda dentro de qualquer pessoa que seja, quando qualquer encontro que seja ocorre, então era fato que ela tinha mudado um pouco. Não tinha mudado assim, completamente, desde que encontrou aquele homem, até porque vem de desencontros, anda muito enjoada de amor, enjoada como quem come o mesmo doce por muito tempo e depois não quer mais saber de doce algum. Soa clichê, é claro, dizer que não se quer mais amar. Até porque na vida, nada é uma decisão definitiva. Se diz não querer amar nunca mais e acaba-se amando, eventualmente, quando menos se espera. As pessoas que não queriam casar casam, as que não queriam ter filhos os tem, e as que dizem não querer namorar engatam namoros firmes e felizes. A vida é feita de improbabilidades, e os casais casados há mais de trinta anos também se separam. Porque amor, meus caros, amor acaba. Talvez o leitor desavisado esteja achando que essa é mais uma daquelas histórias de amor de encontros e finais felizes, e daí eu explico ao leitor que aqui tratamos de uma história que ainda não aconteceu. A grande verdade é que nenhuma história aconteceu por inteiro, mesmo aquelas que terminaram, e tudo a que foi dado um ponto final ainda pode pular a linha, dar espaço: outro parágrafo. 

Nessa história temos o primeiro parágrafo. Apenas isso, talvez, quem sabe uma página inteira, mas nem isso. E saiba o leitor que é terrivelmente difícil escrever sobre as histórias que ainda não aconteceram. Porque escrever sobre as coisas que não foram-ainda é um eterno pensar como-teria-sido-se-fosse, e a fantasia nunca se parece com a realidade. Salvo as vezes que, sem querer, o escritor se depara com uma história que parece com a vida de algum de seus leitores, assim, como psicografia e aí há a catarse. Dizem que é pra isso que servem os escritores, e os escritores acham que o único papel do leitor é identificar-se. O papel do escritor hoje, é o de escrever essa história que ainda não aconteceu. Chamaremos a menina de "Nina". "Nina", um diminutivo de menina, um nome comum. Chamaremos esse homem que ela encontra por acaso de José. Os amores de José e Pilar. Poderíamos chamar a menina também de Pilar, mas daí estaríamos copiando a vida de José Saramago e não queremos copiar romances. Não queremos reescrever a história de José e Pilar. Queremos criar essa história que ainda não aconteceu por inteira, mas aconteceu. José e Nina. José, vinte e poucos anos de idade. Nem magro e nem gordo. Bem apessoado. Não procura grandes amores. Já quis casar, não deu certo. Desistiu. Passa seus dias em ônibus e passos pela grande cidade em busca de seu trabalho. Nem tão empolgante assim. Não quer se apaixonar, ignora os romances todos, se diz prático. É objetivo. Desistiu de amar aos 22 quando percebeu não ser aquele o grande amor de sua vida. Não sabe que encontrará Nina num café ainda. Não sabe que Nina virará sua vida de ponta cabeça, e assim continua vivendo. Nos ônibus lotados. Nos prédios altos. Nos afazeres das sete as sete, diariamente. 

Nina, vinte e poucos anos de idade. Magra. Alta. Nem tão bem apessoada assim. Já encontrou seu único grande amor, e perdeu. Nunca quis casar, mas já foi pedida em casamento. Recusou. Passeia pela grande cidade em busca de alguma coisa que ainda não sabe o que é. Escreve longos textos que não pretende publicar em um caderno velho, no método arcaico da caneta sobre papel. Não procura encontrar nenhum José em nenhum café, e não tem noção de que costuma virar vidas de ponta cabeça. Não sabe viver nos ônibus lotados, nos prédios altos. Adia seus afazeres da sete as sete, diariamente. Nina sai de casa à procura de nada, e pede um cappucino. José é habitué do café há pelo menos dois anos, quando começou a trabalhar naquela empresa. Nos encontros do acaso, caro leitor, ocorrem coisas como: trombadas acidentais no meio da rua, o estranho segurar o livro preferido da pessoa em frente a ela no metrô e surgirem assuntos, o encontro de olhar num show da banda preferida, ou, se formos usar os exemplos mais atuais, a conexão prefeita na rede social preferida do usuário em questão. Um tweet  bem colocado, um post  bem produzido, o status certo na hora certa, as banda preferida com astronômicas execuções na página do last.fm. Tudo isso poderia ter acontecido com Nina e José, usuários regulares das redes sociais, mas o destino quis que aquele encontro acontecesse por: falta de mesa no café. Nina sentou na última mesa, e José, cansado, não aguentava se dar ao luxo de esperar uma mesa vagar pra tomar seu café. Pediu licença para sentar à Nina - que ele sequer imaginava chamar-se Nina - a misteriosa garota de vestido preto e cabelos castanhos. Nina aceitou por educação porque não gosta de estranhos. José não teria puxado assunto com ela se não estivesse necessitado de companhia naquele dia em especial. Como pode ver o leitor, os encontros dependem de uma série de fatores para acontecer. José puxou assunto com ela, que respondeu com certo entusiasmo, ao ver tratar-se de um interlocutor bem apessoado. Isso ainda não foi dito, mas Nina repara muito em aparências. 

- Você vem sempre aqui?
- Você devia ter me abordado com uma cantada menos óbvia, mas não, é a minha primeira vez. 
Nina lhe sorriu, desafiadora.
- Desculpe, sempre começo as conversas do jeito errado.
- Não te culpo, eu nem ao menos começo conversas.
- Devo me retirar?
- Em absoluto. Termine de tomar seu café, e em todo caso, você já começou mesmo. 
- Você não parece muito interessada.
- Eu nunca pareço muito interessada. Caso você queira alguém efusiva, talvez você devesse tentar outra mesa.
- Você não gostou de mim.
Nina lhe sorriu, condescendente. 
- Você é bastante inseguro, e isso é engraçado. Me diz, qual seu nome?
- José.
- José tipo José de "José e Pilar"?
- "José e Pilar"?
- Tem um filme. Quer dizer, um documentário. A mulher do José Saramago se chama Pilar. São um belo casal. Espirituoso, ao menos.
- Seu nome é Pilar?
- Detesto frustrar suas expectativas de sermos infinitamente ligados pelo destino, mas me chamo Nina. 
- Só Nina?
- Só Nina. Você acha que eu deveria me chamar mais alguma coisa, tipo Firmina? Marina?
- Não acho nada, só achei curto.
- Você se chama José. É só José?
- Só José.
- Temos o mesmo número de sílabas, José. Por que me julgas curta?
- Desculpa, não foi a intenção.
NIna lhe sorriu, brincalhona.
- Você é mesmo muito engraçado no seu desajeito. 
- Você tá caçoando de mim.
- Imagina, José, só te julgo curto. 
José lhe sorriu, quase encantado. 
- Mas, e você, vem sempre aqui?
- Todos os dias.
- Te sentas sempre na mesma mesa, metodicamente? Tens cara de que sentas sempre na mesma mesa. 
- Sento. É defeito?
- É um pouco. Deve arrumar as camisas por cor no guarda-roupa. Deve gostar das coisas organizadas.
- Nem tanto.
- Tens manias, ao menos.
- Algumas.
- Sou bagunçada, não sirvo pra você.
- É o fim de nosso amor?
- Sim José, me deixe!
- Você me odiou.
Nina gargalhou, encantada.
- Tivesse eu te odiado, José, mesmo em sendo você um homem curto - lhe disse sorrindo - teria te mandando embora antes do segundo ato de nossa conversa. E já estamos figurando em nosso segundo ato. 
- Qual é o segundo ato?
- Esse em que temos impressões um do outro e nos julgamos aptos ou não para continuar nos relacionando.
- Qual o veredito?
- Não sei, José. Não sou curta assim. 
- Eu não devia ter dito isso né? 
Nina lhe sorriu olhando nos olhos.
- Devia sim. Ou não teríamos uma piada-insulto compartilhada. Parte do segundo ato. Estamos criando coisas próprias.
- Qual é o próximo passo?
- José, você além de curto é muito apressado. Pare de querer adivinhar as minhas impressões. Isso estraga toda a poesia do encontro. Você tem que mostrar o seu melhor, eu mostrarei o meu melhor e assim tentaremos nos conquistar.
- Nós estamos querendo nos conquistar?
- Não me leve tão a sério, é uma suposição. 
- Talvez eu esteja querendo te conquistar.
Nina lhe olhava, desafiadora. E nada respondia.
- Ok. Você não quer me conquistar.
- José, o que eu lhe disse sobre as impressões?
- Ok, desculpe.
- O que voce faz da vida, José? 
- Estudo jornalismo e estagio numa redação.
- Tens cara de um homem de respeito.
- E voce?
- Não faço nada. Escrevo. Faço letras. Escrevo. Mais faço letras do que escrevo.
- Estou na frente de uma dessas artistas, então?
- Talvez. Mas não. 
- E o sotaque?
- Sou gaúcha.
- Mora aqui?
- Nem um pouco, moro em porto alegre.
- O que faz aqui?
- Passo as férias e tomo cappucinos em lugares inusitados.
- Só isso?
- Encontro pessoas que me acham curta.
- Pessoas que você odeia logo no primeiro contato.
- Pessoas que não sabem ler bem minhas impressões sobre elas. 
Os dois se olharam e se sorriram.

Nessa hora, caro leitor, houve o que se chama de "magnetismo do encontro". Nossos dois personagens, embora ainda não tivessem perdidamente apaixonados e não pensassem em ter filhos um com o outro, ou ainda não tivessem brigado sobre onde queriam casar, sentiam alguma coisa diferente. A estranha sensação de ter encontrado algo que pode-vir-a-ser. Nessa hora tinham a estranha ânsia de saber mais e sempre mais sobre o outro a fim de descobrir se eram mesmo assim tão compatíveis. Compatíveis além dos olhares e sorrisos, compatíveis também em opiniões, compatíveis em vida. Compatíveis além do encantamento. Nina e José teriam que descobrir-se. 

-Nina, voce vai embora?
- Daqui do café? Eventualmente, não é de bom tom tomar mesas de um café lotado.
- Não, Daqui da cidade.
- Vou. 
- Quando?
- Hoje. Mais precisamente a meia noite.
- Dei o azar de te conhecer indo?
- Ou deu a sorte de me conhecer no último instante. 
- Não trabalho mais hoje, você quer sair?
- Sim, podemos, José. Mas assim como o meu nome, meu tempo é muito curto.
- Você nunca vai parar, né?
Nina lhe sorriu com todos os dentes.
- E nem voce, né?
- Acho que não. 
- Continuemos então. 

José pagou-lhe a conta porque dizem que os homens encantados querem impressionar as vítimas de seus encantamentos com tudo que podem. Ainda não podia segurar-lhe a mão, embora quisesse, e ela ainda não podia deitar em seu ombro, embora sentisse vontade. Tinham encontrado-se no café quatro horas antes de Nina partir e naquelas quatro horas tinham que se descobrir. José tinha inseguranças quanto a ela odiar os lugares que sugerisse e pedia opiniões. Nina, travessa, queria ser impressionada e abalar a insegurança do recém conhecido. Nossos personagens tinham urgência. Urgência que ainda não se sabe amor, porque não se é amor ainda. Urgência de presença, de ser, de conhecer, urgência de pegar o que puder um do outro. Os tiques nervosos, o jeito de arrumar o cabelo, as manias, as inseguranças. Tinham urgência de se encontrarem, porque tinham urgência em não se perderem. 

- Você acha que conversar na praça é assim, muito clichê?
- Eu acho que meu nome é curto.
- Nina, para com isso.
- Não, acho ótimo. 
- É que eu não sei onde te levar. 
- Você tem um medo tão terrível de ser julgado que se priva de mostrar o lugar mais incrível dessa cidade toda só por achar que eu vou detestar.
- Vou te levar na minha padaria preferida, então. O melhor croissant da cidade.
- Estamos evoluindo.
- Você odeia croissants?
- Eu adoro croissants!
Sorriram-se.

José escolheu a mesa, uma mesa qualquer e temeu ser rechaçado por Nina, que podia preferir outra. Nina achou o lugar muito bem escolhido, mas pediu pra sentar na janela. Ela deixou que ele lhe sugerisse o croissant, mas pediu outro, por pura birra de não querer ser levada pelo homem. Acabou gostando mais do que ele tinha sugerido, e trocaram. Ela pediu cappucino, ele insistia em tomar café forte. Conversavam sobre tudo, como se o mundo fosse acabar no próximo instante.

- Você quer ter filhos, José?
- Quero. E acho que seria um ótimo pai.
- Você?
- Já quis, hoje não quero nem casar.
- Eu já quase casei.
- E não casou por que?
- Acabou antes da gente casar.
- Eu já fui pedida em casamento, mas recusei.
- Recusou por pavor de compromissos?
- Não, porque sou contra casar sem amor.
- E os filhos?
- Quero tê-los ainda, mas finjo que não por medo de não achar o pai certo nunca.

… 

- E em amor, Nina, acredita?
- Só sei da vida que meu no.. ah ok, parei. Não sei. Já acreditei muito.
- E hoje?
- Acho que é mais bonito na literatura.
- José e Pilar era uma história real.
- E meu nome é Nina, José. 

… 

- Vai morar em Porto Alegre pro resto da vida?
- Mas é claro que não.
- Que convicção.
- Não gosto tanto assim de lá.
- Moraria aqui?
- Por um motivo muito relevante, moraria. 


- Como eu te acho assim que você for embora?
- Te dou meu telefone, te passo minhas redes sociais, meus contatos on-line. As pessoas se encontram.
- E podem se perder.
- Não se perdem depois que se encontraram de verdade.
- Você pode me odiar com um tempo.
- Você também pode, todo mundo pode.
- Assim você coloca a gente num patamar abrangente demais.
- E somos. Somos como qualquer outro casal que se encontra, e que pode se perder.
- Ou não.
- Ou não.


- Falta dez minutos pra eu pegar o taxi e ir pra rodoviária, o que você quer me dizer nos nossos últimos dez minutos?
- Isso é muito definitivo.
- Nada é definitivo. 
- Você é muito desafiadora, não sei, tenho medo de dizer a coisa errada, o tempo todo.
- As coisas certas são chatas, José.
- Gostei de te conhecer, passaria a noite toda conversando com você. 
- Pra sempre?
- Daí não sei. Mas é sua vez.
- Gostei de te conhecer, também. Passaria a noite toda conversando com você, mas tenho que voltar pra casa.
- Tem mesmo?
- Ah, tenho. Prefiro acreditar que as coisas acontecem. Não quero mudar os planos todos e estragar isso aqui que já existe.
- Acho que você está certa. Não devo te levar à rodoviária também?
- Não deve, dramático demais. Você ainda não me ama, pra ter que passar por esse tipo de despedida sofrível. 
- Não te amo?
- Decididamente, não nos amamos. É muito cedo. 
- Não nos amamos.
- Mas nos encontramos.
- E o que vem agora?
- O que for pra ser.
- Te beijo pra tirar a dúvida do encontro agora?
- Não sei se deve, não acha que seria sofrível se encontrar com isso sabendo que depois não teremos mais? não seria pesado ter que lidar com a saudade do beijo que se deu no meio da distância?
- Ficamos com o beijo imaginado para quando for pra ser?
- Não sei, é só um palpite. 
- A dúvida de que pode não ser bom talvez nos acalme. 
- A certeza de que é bom nos apressaria demais.
- Te abraço então.
- Me abrace então. 
- Como eu vou ter certeza de que você não vai me deixar?
- Já nos passamos todos os contatos, eu te mando uma mensagem assim que chegar no ônibus. E outras mil. E te acho assim que chegar em casa.
- Você vai me esquecer. 
- Teu nome é muito curto para que eu esqueça.
Sorriram-se, abraçaram-se e partiram.

José deixou Nina no taxi, queria beija-la, mas queria que o sentimento da descoberta perdurasse e deixou ir. Nina esperava talvez que ele descumprisse a promessa de não beijá-la, mas depois achou melhor assim. Era ainda o primeiro encontro, e seria bom que se descobrissem mais antes de concretizar o sentimento. Nina cumpriu sua promessa e, ao chegar dentro do ônibus mandou uma mensagem pra José. José olhava o celular angustiado com a demora, crente que Nina já tinha o deixado pra sempre. Sorriu ao ler a mensagem. Sorriu respondendo todas as outras. Encontraram-se de novo. Acharam bastante adequados algumas linhas deixadas no twitter um do outro, se encontraram nas execuções astronômicas de suas bandas preferidas no last.fm, se conversam muito por onde podem. Prometem se encontrar em breve. Nina lhe manda fotos com sua casa e suas roupas novas. José recebe fazendo um inventário da Nina que conhece cada dia mais. Comunicam-se através de telas, de mediações frias, mas já sorriem juntos nas piadas compartilhadas. José já sabe que nina levanta as sobrancelhas quando em dúvida, e Nina já descobriu sua bela cara de desajeito quando posto em dúvida. Têm estranhos momentos de silêncio onde se cabia um beijo que não se pode dar, e que não se sabe o gosto. Nada sabemos sobre o futuro de José e Nina, que se descobrem a cada dia de jeitos inusitados. Se descobrem como duas pessoas que querem se apreender e se conhecer a cada dia mais. Se descobrem com angústia e têm urgência. Urgência de saberem de si. Medo de não se gostarem. Inseguranças. Tristezas. Pequenos ciúmes calados. Pequenas impressões erradas. Sabem tudo e nada sabem. Como em qualquer história que começa e não se sabe o fim. Como qualquer história que está sendo. Nada podemos afirmar, caro leitor, sobre o futuro de José e Nina e nem sabemos se podemos chamar isso de história de amor. Talvez casem, talvez se odeiem no segundo encontro. Talvez irritem-se demais com pormenores um do outro e terminem em uma briga besta. Talvez se amem perdidamente por dois ou três anos e o amor acabe. Talvez se mudem pra mesma cidade, casem, e tenham dois filhos: um menino e uma menina. Talvez se desencontrem antes disso e nem cheguem a saber o gosto do beijo um do outro. Talvez se liguem diariamente e descubram-se apaixonados antes mesmo de se encontrarem. Talvez encontrem-se e nunca se apaixonem. Talvez tudo dure um dia só. Talvez um ano. Talvez três meses. Talvez nunca aconteça. Nada sabemos sobre José e Nina. Sabemos que estão felizes, e tentam se encontrar ao mesmo tempo que tem medo de se perder, e ainda não se escreveram um final, porque nada é definitivo. E tudo pode ser. Ou não. 

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