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16.1.12

when love is not enough.

E de repente põe-se a pensar: o que é o amor senão uma sucessão meio debilóide de erros terríveis seguidos por desculpas amáveis? Não é isso, o amor? o conseguir lidar com o que existe de desagradável em alguém e, vez ou outra, não conseguir lidar tão bem assim com esse desagradável e desencantar-se? Logo após o desencanto vem a raiva. A raiva é contornada pelo outro, pedindo desculpas. As desculpas são sempre a melhor parte do amor. Quando se pede as desculpas, de certa forma se admite ao outro que, certas convenções serão feitas em prol de algo maior - esse, o amor. Quando se aceita as desculpas, se admite que, estaremos aceitando o desagradável em prol do sentimento. Talvez seja isso, o amor. Essa terrível briga entre duas pessoas que querem viver juntas porque se amam, mas nem sempre se suportam. E insuportáveis sendo, brigam. E brigando, pedem desculpas. E se amando, aceitam as desculpas e continuam convivendo. Talvez o amor acabe no momento em que pedir desculpas pareça esforço demais. Talvez o amor acabe quando nenhuma desculpa parece aplacar o erro.

Talvez nem sempre só o amor seja o suficiente.

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